domingo, 29 de junho de 2014

Original Sin - 71 Capitulo

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Os dias foram se passando, calmos e tortuosos, até que se tornaram meses. Não houveram mais brigas entre Selena e Britt, mas isso não impedia de ela trocarem farpas. Diego era o orgulho da vida de Joseph. Rosalie era uma menina saudável, feliz. A felicidade de Selena não podia ser maior. 

Britt: Minha barriga parece que vai explodir. – Se queixou, alisando a barriga, na sala de estar, certa noite. 

Gregg: Logo o motivo pela explosão estará aqui. – Consolou, abraçado a mulher, que sorriu e o beijou. 

Selena sorriu, abraçada a Nicholas. Gostava quando todos estavam em paz. Porém, a paz de Demetria estava demais. Selena sempre gostava de ouvir a tagarelice da irmã, lhe divertia. Mas hoje ela estava quieta. Não se abraçara, nem acariciara Joseph uma única vez. Estava respirando, calma, com o cenho entre - franzido, olhando a barriga. Selena encarou a irmã, esperando por algo. Até que com um suspiro forte, Demetria fechou os olhos. Em seguida olhou pra irmã, e não precisava ser dito mais nada.

Selena: Tire Joseph daqui. – Murmurou no ouvido do marido, antes de dar-lhe um beijo molhado ali. Nicholas sorriu.

Nicholas: Porque? – Perguntou, beijando o ombro dela.

Britt: Ai! – Gemeu, com o rosto franzido, segurando a barriga.

Selena: Não, por favor. – Pediu pra si mesma, olhando a loira.

Gregg: O que foi? – Perguntou imediatamente, preocupado.

Britt: Minha barriga. – Disse, estranhando a dor repentina – Tem algo errado. Está... – Ela perdeu a fala, tentando entender a dor.

Britt e Demetria: AI! – Demetria, sem conseguir mais se controlar, gemeu, fazendo coro com a loira.

Joseph: Demi? – Perguntou, alarmado.

Nicholas: Era isso? – Perguntou, olhando a mulher.

Selena: Era. – Ela respirou fundo – Puta merda, as duas de vez. – Se queixou, se levantando.

Uma coisa era certa. Ninguém dormiria na mansão Jonas, naquela noite. Rosa se apressou a chamar a parteira. Selena ficou meditando, se preparando psicologicamente pra dois partos. Nicholas riu disso.

Nicholas: Amor?

Selena: AAAAAAAAAAAAAAAAAAUUUM. – Respondeu, de olhos fechados.

Nicholas: Selly, aqui. – Ele estralou os dedos na frente dela.

Selena: Eu disse AAAAAAAAAAAAAAUUUM. – Respondeu, de olhos fechados.

Todos já haviam saído da sala, Joseph com Demetria e Gregg com Britt. Nicholas segurou o rosto dela com uma mão e a beijou, pegando-a de surpresa. A única coisa que ela sentiu foram os lábios dele oprimindo os seus, e a língua dele invadindo sua boca. Depois ela correspondeu o beijo, e não havia sensação no mundo que correspondesse. O beijo, como sempre, durou mais do que devia. Quando Selena viu, Nicholas estava puxando ela, aos beijos, pro seu colo. Ela, fêmea que era, enlaçou as pernas na cintura dele, permitindo o contato intimo dos dois. Até que ele, rindo, terminou o beijo.

Selena: O que...? – Perguntou, desapontada.

Nicholas: Tem dois partos a serem feitos, e eles precisam de você. – Ele beijou ela novamente – Boa sorte. – Desejou, com os lábios colados aos dela, sorrindo.

Selena: Vagabundo. – Murmurou, antes de empurrar ele, estapeando seu peito. Nicholas riu e mandou um beijinho pra ele.

Nicholas viu a mulher sair da sala, ajeitando o vestido e o cabelo. Quando chegou no segundo andar, estava complicado. Demetria estava deitada em um lado de uma cama de casal, do quarto de hospedes, e Gregg lutava pra colocar Britt no outro, sem conseguir.

Gregg: Britt, em nome de Deus! – Pediu, atordoado.

Britt: Isso dói! – Se queixou, já chorando, enquanto ele tentava deitar ela.

Selena: Me deixem ajudar. – Pediu, passando a frente dos dois. Selena puxou os travesseiros, fazendo apoio pra coluna de Britt. Gregg deitou a loira, e depois Selena tirou o travesseiro da coluna, deixando Britt só com uns travesseiros de apoio na cabeça e no ombro. Demetria tentava controlar sua respiração, calma, ao lado dela.

Selena: Já escolheram os nomes? – Perguntou, pegando panos brancos, alvos, limpos no armário.

Demetria: Será Victor, se for homem. – Disse, respirando pausadamente.

Britt: Carlie, se for homem. – Respondeu ao mesmo tempo.

Selena: E se for mulher? – Perguntou, distraída.

Joseph: Victória. – Respondeu, beijando a mão da esposa.

Britt: NÃO SERÁ MULHER. – Gritou, irritada, como se Selena tivesse acabado de praguejar o bebê.

Selena ergueu a sobrancelha, e dividiu as toalhas limpas. Estava indo buscar a bacia, pra por a agua fervendo, quando, ao passar ao lado de Gregg, ele murmurou no ouvido dela, sem que Britt percebesse.

Gregg: Será Johanna, se for uma menina. – Disse, sorrindo torto. Selena riu e seguiu em frente. Ainda havia muito trabalho a ser feito.

As horas foram se passando. Nicholas catou Rosalie, e ficou brincando com a filha. A parteira chegou, e despachou Gregg e Joseph do quarto. Demetria tinha a respiração controlada, respirava ritmadamente, já havia passado por aquilo, gritar e espernear não ajudava em nada.

Demetria: Obrigado. – Agradeceu quando Selena prendeu seus cabelos num nó apertado.

Selena: Disponha. – Brincou com a irmã, que riu de leve. Então se virou pra Britt – Posso? – Perguntou, cautelosa.

A loira hesitou, mas assentiu. Os cabelos haviam começado a lhe grudar na nuca, e isso estava lhe dando agonia. Selena pegou os fios sedosos, soltos, e os prendeu gentilmente. Britt agradeceu, tímida, antes de gemer novamente. 

Nicholas: Tó o bilu. – Ofereceu a Rosalie, que sorria. – Toma, meu amor. – Rosalie foi pra pegar a bonequinha, e ele tirou do caminho. A menina resmungou, batendo as mãos – Agora não quero mais te dar. – Brincou, com a boneca fora do alcance da lourinha, que fez um bico engraçado. – Você quer? – Rosalie estendeu a mãozinha, ansiosa, e Nicholas entregou a boneca, a qual a menina abraçou – Pronto, minha princesa. – Disse, beijando a testa da filha, que riu. 

Foi então que Nicholas ergueu o rosto. Gregg e Joseph olhavam ele com a cara fechada, sinal de irritação, raiva e incrédulos. Nicholas parou de sorrir e ficou quieto, em sinal de que pedia desculpas. O tempo foi passando. Nicholas brincava com Rosalie em silêncio, até que a madrugada e o frio fizeram a menina ficar sonolenta. Nicholas tirou-lhe a boneca, cobriu ela com uma mantinha que tinha trazido, e a ninou. Rosalie se aconchegou no peito do pai, segurando o colete dele com a mãozinha, e adormeceu. Joseph e Gregg estavam indóceis. Gregg principalmente. Lá em cima, a parteira fazia seu trabalho. Pra Demetria estava sendo mais fácil, já era seu segundo parto, ela já sabia como eram as dores, e qual o melhor modo de fazer força. Britt já estava coroando, e não conseguia fazer o bebê nascer.

Selena: Não há nada que se possa fazer por ela? – Murmurou pra Rosa, vendo Britt chorar, puxando fôlego pra fazer força novamente. Demetria gemia as vezes, gritava, mas estava conseguindo. 

Trabalho de parto era complicado naquela época. Não havia anestesia, nem conhecimento sobre isso. As mulheres tinham que se deitar, fazer força, e rezar pra que acabasse logo. Demetria e Britt haviam trocado de roupa, ficando com camisolas brancas, de algodão. Rosa explicou a Selena que estava sendo difícil pra Britt, porque ela não tinha passagem pro bebê, e não estava aplicando a força do modo certo. Foi ai que Selena teve uma idéia. 

Selena: Er. Britt? – Perguntou, se abaixando ao lado da loira.

Britt: O-oi? – Respondeu, com a voz entrecortada de choro e dor, sem se dar ao trabalho de ser antipática com Selena. 

Selena: Eu posso te ajudar em alguma coisa? – Perguntou, sem jeito. Britt negou com a cabeça, e mais duas grossas lagrimas desceram de seus olhos.

Britt: Tá doendo muito. – Gemeu, soluçando de dor.

Selena: Eu... – Ela hesitou, talvez não fosse uma boa idéia – Eu tenho uma idéia. Pode ajudar.

Britt: Por favor. – Foi o único que conseguiu pedir, fazendo força de novo.

Nessa hora, o bebê de Demetria nasceu. A Loira se relaxou na cama, chorando, soada, e principalmente cansada. Selena não viu qual era o sexo, Britt ainda estava agonizando. Joseph e Gregg se abraçaram lá embaixo, sem saber qual dos dois era o pai. Selena se levantou, pensando no que ia fazer. Se ajoelho na cama, a frente de Britt, e, pondo as mãos no topo de sua barriga, fez força pra baixo, como que se empurrando o bebê. A dor da loira foi lancinante, e ela gritou. Sob a dor, ela sentiu o bebê deslizar dentro de si. Selena tirou as mãos rapidamente, e olhou ela, como se pedisse desculpas.

Gregg: Pelo amor de Deus. – Murmurou, atordoado pelos gritos da esposa, passando as mãos no cabelo.

Joseph: Então foi o meu, ou a minha. – Concluiu. Já que Britt ainda gritava, Demetria já havia terminado. – NASCEU! – Gritou, se jogando no irmão.

Nicholas: Com menos barulho, se der. – Rosnou, ninando Rosalie.

Voltando ao segundo andar, a parteira cuidava do bebê de Demetria, enquanto Selena se debatia sobre como ajudar Britt.

Britt: Não. – Ela engasgou, soluçando em seu choro. Demetria agora olhava as duas, com uma expressão cansada e fraca, mas atordoada por não poder ajudar. – Está funcionando. – Concluiu, respirando fundo.

Selena: No três, então. – Disse, e a loira assentiu, se preparando. – Um. – Disse, pondo as mãos na barriga dela novamente. 

Britt: Dois. – Murmurou, e mais lágrimas caíram.

Selena e Britt: Três. – Disseram juntas, e agiram.

Selena puxou a barriga dela pra baixo novamente, dessa vez por mais tempo. A loira grunhiu, com a sensação de que estava sendo rasgada em dois, mas ignorou a dor, e pôs força pra baixo. Seu filho precisava nascer. 
A parteira olhou as duas, sondando se estavam fazendo algo errado, mas não viu nada que comprometesse. Não podia ajudar agora, o bebê de Demetria precisava de cuidados imediatos, e o trabalho ali só cabia a Britt. 

Selena: Quase. – Tranqüilizou, quando as duas cessaram. Britt assentiu. Sentia que estava pra acabar. – Vamos? – Perguntou, cautelosa. A loira suspirou. Estava pálida, tremia, já não agüentava a dor.

E elas foram novamente. Uma vez. Duas. Três. Quatro. E nada. Britt começou a acreditar que já não daria certo, que ela morreria. Era uma pena. Gregg merecia esse filho. Até que a dor piorou drasticamente, mesmo ela achando impossível.

Selena: Força! – Pediu, em voz alta.

Britt: Meu Deus. – Gemeu, já não suportando. Se fosse morrer, queria morrer logo, e acabar com esse tormento.

Então havia acabado. Selena amparou a criança nos braços e Britt caiu em um choro convulsivo, de alivio pela dor ter passado, pela felicidade de finalmente ser mãe. A parteira cortou o cordão umbilical, e tratou da placenta de Britt. A pequena Johanna gritou para o mundo, esperneou, saudável, pra vida. Gregg quase desfaleceu no andar debaixo. Agora tinha acabado. Ele era pai. 

Selena: Senhores pais e responsáveis. – Brincou, descendo as escadas, com duas trouxinhas rosas nas mãos.

Os olhos de Nicholas brilharam ao ver a mulher ali. Era a imagem da beleza feminina dominante. Porém, não houve muito tempo pra ele admirar, pois os irmãos logo avançaram pra esposa.

Joseph: Victoria. – Murmurou, com os olhos brilhando.

Gregg: Johanna. – Murmurou, no mesmo tom. 

Selena entregou as filhas aos respectivos pais. Não era difícil. Johanna tinha os cabelinhos finos, da cor de bronze. Podia se adivinhar a cor que seus olhos teriam, quando ela os abrisse. Já Victória tinha os cabelos castanhos, da cor dos de Joseph. Selena foi até o marido, e verificou a filha, que dormia calmamente. Nicholas reparou que ela estava excessivamente quieta.

Nicholas: Aconteceu alguma coisa? – Perguntou, acariciando o rosto dela.

Selena: Nada. – Ela suspirou – Eu... eu vou ajudar elas. Ainda precisam de mim. – Ela segurou o rosto dele e o beijou docemente, saindo dali em seguida. Nicholas observou ela tomar as bebês de volta, e voltar ao segundo andar.

Britt: Uma menina? – Perguntou, chocada, quando Rosa lhe confirmou.

Demetria: Sim. Duas meninas. – Disse, sorrindo. As duas já haviam tomado banho, e estavam esperando Selena voltar.
Britt: Mas. – Ela não encontrou palavras. Nem havia considerado a possibilidade de ter uma menina.

Nessa hora Selena entrou no quarto. Ela foi até a parteira, que pegou a primeira bebê e passou algo em seu nariz, provavelmente pra desobstruir. Era Victoria, que logo foi pros braços da mãe. Logo em seguida repetiu o procedimento com Johanna, entregando-a a Britt em seguida. Ela se surpreendeu. Esperava sentir asco, nojo, raiva da menina. Mas seu coração se encheu de felicidade ao segura-la. Aquele bebê era dela. Somente dela, e de Gregg. Era um alguém que nunca poderia deixa-la, abandona-la ou traí-la. Era sua filha. E nesse momento ela descobriu com o amor de mãe pelo filho podia ser forte, intenso. Britt fez uma careta. Não sabia como fazer aquilo. Tirou um seio da camisola leve, e deu a filha, que levemente pôs-se a mamar. Ela sorriu, terna, acariciando o cabelo da filha.

Britt: Selena? – Chamou, erguendo o rosto.

Selena: Oi? – Se virou, secando a mão.

Britt: Obrigada. Eu... eu não teria conseguido, sem a sua ajuda. – Agradeceu, tímida.

Selena: Disponha. – Sorriu, sem jeito. Britt voltou sua atenção a Johanna, e Selena se afogou novamente em seus pensamentos.





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Creditos: Samilla Dias


2 comentários:

  1. Ahhh posta mais plllz . Chorando. To muito wmotiva esses dias

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  2. Anw que meigo, quase surtei quando li o nome da filha do Gregg, to virando tributo *--*
    Posta mais e rápido!!

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