segunda-feira, 16 de junho de 2014

Original Sin - 49 Capitulo (4.4)

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Os dias foram se passando, e nada mudou. Só uma coisa. Com a melhora de Renée, Gregg voltou.

Gregg: É linda. – Murmurou, encantado, ao carregar Rosalie pela primeira vez. A menina pareceu gostar do tio.

Selena: Eu... eu sei que você queria que ela fosse sua. Perdoe-me. – Pediu, encarando o chão.

Gregg: Tola. – Ele sorriu – Como se você pudesse ter escolhido. Ela é perfeita, Selly. – Ele sorriu, e ela, após se inclinar levemente, o beijou.

(...)

Nicholas: Cadê o meu bebê? – Ele tapou os olhos, e Rosalie sorriu, observando o pai – Onde está? – A menina ficou quietinha – Hum... Achei! – Ele abraçou a menina pela barriga, puxando-a pra si. Rosalie riu gostosamente.

Selena estava passando no corredor, quando ouviu Nicholas perguntar onde estava o bebê. Ela parou na porta entreaberta e observou o marido e a filha. Rosalie estava deitada de costas no meio da cama, e Nicholas deitado de lado, ao lado dela, com os primeiros botões do colete aberto e sem terno, com uma pequena boneca de pano na mão.

Nicholas: Cadê o papai? – Continuou brincando, e a menina riu, sacudindo o bracinho – Diz Rose, cadê o papai? – Rosalie, sorrindo, tocou o rosto dela. Não é preciso dizer que Nicholas se derreteu com isso. – E a mamãe? – A menina riu de novo. Cada riso de Rosalie fazia o coração de Nicholas se desmontar. – Vamos começar de novo. Se acertar, ganha a boneca. – A menina bateu palminhas – Cadê o papai? – Rosalie sorriu, e tocou ele de novo – Isso. E a mamãe? – A menina, rindo, balançou a mãozinha pra porta.

Selena ergueu a sobrancelhas. Nicholas virou o rosto e flagrou ela lá, parada. Selena sorriu, e mandou um beijinho pra filha, que riu. Ela encarou o marido por um segundo, e, ainda sorrindo, saiu, fechando a porta. Nicholas sorriu e voltou a brincar com a filha.

(...)

Nicholas: Tenho que ir. – Disse após olhar as horas, se levantando e pegando a camisa num canto.

Samatha: Mas já? Não é muito cedo?

Nicholas: Prometi a Rosalie que voltaria cedo hoje, para ficar com ela. Se não estiver muito frio, vou leva-la pra ver os cavalos. – Comentou, enquanto colocava a camisa por dentro da calça.

Samatha: Prometeu a um bebê? – Perguntou, se sentando na cama.

Nicholas: É minha filha. – Disse de modo óbvio.

Samatha: Ela não vai morrer se você não cumprir a promessa. – Respondeu do mesmo modo.

Nicholas: Confiança deve ser plantada desde o inicio. – Ele vestiu o colete, começando a abotoa-lo. – Se eu minto pra ela desde agora, por suposto que ela nunca vai acreditar em mim.

Samatha: Nicholas, não seja ridículo! – Disse irritada

Nicholas: Não estou sendo. – Disse, calmo, enquanto abotoava o ultimo botão do colete.

Samatha: Então vai deixar-me aqui, sozinha, pra ir ficar com a bastarda? – Rosnou, enfurecida.

A próxima coisa que Samatha sentiu foi uma dor forte no braço. Seu corpo foi puxado, fazendo ela se levantar. A loira se embolou no vestido que usava e caiu de joelhos na cama.

Samatha: Nicholas! – Chamou, incrédula.

Nicholas: Nunca mais chame a minha filha de bastarda. Está me entendendo? – A loira assentiu, assustada, e ele a largou com força na cama, saindo do quarto e batendo a porta.

Nicholas foi no escritório antes de ir pra casa, para avisar a Joseph para não espera-lo. Joseph percebeu a irritação do irmão.

Joseph: Aconteceu algo?

Nicholas: Samatha. A cada dia que passa está mais difícil. Ela não entende que Rosalie é minha filha, que eu amo ela, e que eu vou dar atenção a ela. – Suspirou, irritado

Joseph: Diga isso a ela. – Sugeriu, observando o irmão.

Nicholas: Já disse. Umas 50 vezes. Mas ela não entende, de jeito nenhum. – Ele passou a mão no cabelo – Tem vezes que é insuportável.

Joseph: Seria melhor que ela tivesse continuado morta, não é? – Perguntou, esperando a patada que receberia de volta. Mas Nicholas não disse nada. Parecia pensar no que Joseph disse.

Nicholas voltou pra casa pensando no que o irmão lhe falou. Se Samatha tivesse continuado morta. Rosalie não teria sido concebida por um estupro. Selena não teria ido pra cama com Gregg. Rose teria nascido banhada pelo amor dos pais. Não que ela não fosse amada pelos dois, mas os dois não conviviam em harmonia, entre si. Ele estava pensando nisso quando chegou em casa. Enquanto ele entrava, Selena vinha andando pelo corredor do segundo andar. Quando ela ia descer o primeiro degrau, o salto de sua bota quebrou, e ela caiu, rolando escada abaixo, sob os olhos do marido, que olhou a cena, desesperado.

Nicholas praticamente voou até o corpo de Selena, nos pés da escada. Mas quando ele se abaixou, trêmulo, ao lado da mulher, percebeu que ela ria.

Nicholas: Selly? – Chamou, trêmulo. Mas Selena virou o rosto pra cima, revelando seu sorriso, e rindo do tombo que levara. Ele se sentou ao lado dela e suspirou, aliviado – Maldição, Selena, quase me matou. – Acusou, passando a mão no rosto.

Selena: Minha perna está doendo. – Conseguiu dizer, entre o riso. Ele riu dela.

Nicholas: Está rindo de si mesma? – Perguntou, incréDemio, mas ria.

Selena: Você viu o tombo que eu tomei? – Perguntou, rindo. Os dois pareciam a imagem de um quadro. Ela, pálida como a morte, usando um vestido negro, deitada de qualquer jeito nos pés da escada. Ele, com suas feições perfeitas, com um rosto entre alivio e aflição. – Minha perna realmente está doendo. – Disse, fazendo uma careta, enquanto tentava parar de rir.

Nicholas: Que? – Perguntou, sorrindo dela.

Selena: Minha perna. – Ela disse, se sentando e segurando a perna esquerda. Ele observou a loira – Minha cabeça. – Ela fez uma careta, sentindo a cabeça latejar – Minha perna! – Disse de novo. O ponto perto do calcanhar doía barbaramente. – AAAAAAAAAAAAAAAI! – Ela se deitou de novo. Mas como não olhou pra trás, bateu a cabeça no primeiro degrau da escada, causando barulho no assoalho de madeira – Eu vou morrer. – Murmurou, pondo a mão na testa, e prendendo o riso. Nicholas riu e foi ver a perna dela. Selena era louca, só podia.

Nicholas: Vem aqui. – E ele foi pra carregar ela, que se esquivou, olhando as mãos dele, apreensiva – Selly, vamos lá. Prefere ficar com dor?

Selena avaliou. As mãos dele tinham tocado em Samatha, e isso era desprezível. Mas sua perna estava doendo barbaramente, então, com um suspiro derrotado, ela se deixou carregar. Seu coração entrou em festa enquanto ele subia as escadas. Ela estava nos braços dele, novamente. Não no sentido certo, mas ainda assim nos braços dele.

Nicholas: Você torceu o tornozelo – Avisou, após levantar o vestido dela até o joelho e tirar-lhe a bota.

Selena: Eu mereço. – Suspirou.

Nicholas: Vou chamar um médico. – Selena assentiu, e ele saiu.


Nicholas mandou um empregado ir a cidade, chamar o médico. Selena ganharia uma bela bota de gesso, de presente.

Selena: Nicholas. – Chamou, quando ele entrou no quarto. Ele virou-se automaticamente. – Posso pedir uma coisa?

Nicholas: Pode. O que houve?

Selena: Eu quero um banho antes de me engessarem. ’ – Nicholas riu

Ele pôs um banco alto pra ela debaixo do chuveiro, e lhe ajudou a tirar o vestido. Em seguida carregou-a e a deixou sentada debaixo d’agua, só com a roupa debaixo, e com as coisas que precisaria pro banho, saindo em seguida. Selena tirou a roupa debaixo, tomou seu banho tranquilamente, se secou e vestiu roupas de baixo novas. Não colocou espartilho, usou um dos tops que usava quando grávida, já que não podia amarrar. Também, não ia usar vestidos por agora, que sentido havia em usar o espartilho? Ela voltou pro quarto se amparando na parede e usando somente o pé normal. Nicholas estava fazendo carinho em uma Rosalie que dormia no berço. Selena teve a impressão de que ele perdeu o fio do que ia dizer quando viu ela daquele jeito, com aquele nada de roupa. Mas logo passou, e ele foi ajudá-la. Lhe vestiu uma camisola aquecida, de algodão. O dia estava frio. Em seguida deitou ela na cama novamente. Disse que ia tomar um banho também, já que a estrada pra casa era poeirenta. Selena ficou sentindo a perna latejar dolorosamente, até que ele voltou pro quarto, com uma calça abrigo e uma camisa branca, solta. Logo o médico chegou. Foi pior do que Selena imaginava. Ele engessou desde o pé até perto do joelho. Nicholas riu da careta que ela fez quando o médico disse “pronto”, e lhe deixou com aquilo lá.

Nicholas: Não é tão ruim. Pelo menos parou de doer. – Argumentou, mais ou menos deitado ao lado dela.

Selena: Aham. Eu só devo ter ganhado uns 5 quilos a mais nessa perna. – Reclamou, emburrada.


Nicholas: Logo você tira, e vai poder cair de novo. – Tranquilizou, e em seguida riu.

Selena: Muito engraçado, de verdade. – Retrucou, cruzando os braços.

Nicholas riu, e ela fez um bico enorme. Se sentia presa com aquilo na perna. Até que o olhar dos dois se encontraram, e o riso de Nicholas foi morrendo aos poucos. Selena encarou o marido por um tempo, com o coração aos saltos. Era tão doloroso tê-lo tão perto, e ao mesmo tempo tão longe. Seu olhar, involuntariamente, pousou-se nos lábios dele. Tanta saudade. Nicholas tocou a maçã do rosto dela, e após se aproximar, beijou-a calmamente. Dessa vez Rosalie não chorou. Talvez sentisse o amor oprimido que vinha dali. Selena pôs uma mão no pescoço dele, de leve, e se deixou ser beijada. O corpo de Selena ardia pelo toque dele. Cada pedaço, cada centímetro de pele. Após minutos aos beijos, ela, instintivamente, pôs-se lentamente a ir pra cima dele, que por sua vez se ajeitou no travesseiro e a ajudou. Isso até o enorme gesso na perna dela atrapalhar o movimento, estragando o clima. Selena voltou ao seu lugar, e Nicholas se endireitou, frustrado.

Nicholas: A escolha certa. Eu sei. – Disse, vendo o olhar dela.

Selena: Não se pode ter tudo o que se quer. – Disse, sorrindo de canto.

Nessa hora, Rosalie deu um gritinho no berço, alertando aos pais de que ela tinha acordado, e que não estava disposta a ficar no berço. Nicholas riu e se levantou. Selena observou o marido carregar a filha amorosamente, dando-lhe um beijo apertado em seguida. A menina riu.

Selena: Vem com a mamãe. – Chamou, erguendo os braços. Rosalie riu e enterrou o rosto no ombro do pai, que estava de pé do lado de Selena, fazendo manha – Rose, vem com a mamãe! – Chamou, sorrindo. Rosalie continuou encolhida, e Nicholas riu – Ah, pobre de mim. Até o meu bebê me abandonou. – Ela fez um bico engraçado e pôs as mãos no rosto, fingindo chorar. Rosalie observou a mãe, atenta.

Nicholas: Fez ela chorar. – Avisou a menina, quando ela o encarou. Rose resmungou alguma coisa, com os olhinhos verdes confusos. – Fez sim, olha lá. – Ele apontou pra Selena, que continuou fingindo que chorava.

Rosalie se enclinou, estendendo as mãozinhas pra Selena. Como a mãe estava com as mãos no rosto e não viu, ela deu um gritinho. Selena ergueu o rosto e viu a filha se esgoelando pra ir pro seu colo. Nicholas ria. Selena riu e carregou a filha, enchendo-a de beijinhos estralados. Rosalie riu. Vistos de longe, os três eram uma família. Uma família feliz. E foi assim que o tempo foi passando. Selena e Nicholas se davam bem, mas ela não deixava ele tocar nela. Selena não andava muito pela mansão, agora que tinha o pé enfaixado. 



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Creditos: Samiilla Dias

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