quinta-feira, 19 de junho de 2014

Original Sin - 53 Capitulo

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Os dias passaram, e Nicholas não encontrou Selena em lugar nenhum. Revirou cada canto da cidade, levantou cada grão de poeira de Seattle, mas ela não estava lá. A fé dele estava começando a fraquejar. Talvez ela já tivesse saído da cidade. Talvez já estivesse fora do pais. Ele sentia falta da filha. O riso de Rosalie lampejava em sua cabeça como um flash, e ele sentia sua falta.

Selena: Rose, não. – Pediu, atormentada, em uma madrugada chuvosa. Rosalie estava sentada na cama, ao lado dela, e puxava a pulseira que o pai lhe deu, mostrando-a a Selena – Rose, a gente não vai ver mais o papai. – A menina fez careta de choro – Não chore, meu amor. – Mas Rosalie já havia caído no choro, e se abraçou a bonequinha com a qual Nicholas brincava com ela.

Você diz que estamos destinados a falhar
Bem, eu fico entediado facilmente
Tudo bem? ♫
.
Em um lugar, longe dali, alguém também tinha dificuldade pra dormir.

Nicholas: O que... selly? – Ele apertou os olhos, olhando pra escuridão. Selena estava lá, sentada nos pés da cama. Ele acendeu a luz rapidamente, e voltou a olha-la. Ela estava lá. Sua pele era acinzentada, e seu olhar eram duas pedras de gelo. Ela vestia um vestido negro, que entrava em contraste com a pele quase sem cor, e seu cabelo estava preso, como sempre. – Você... você voltou. – Ele sorriu de lado, sem piscar os olhos, olhando a mulher – Onde está Rosalie? Ah, Selly, eu senti tanto sua falta. – Ele avançou pra ela, mas nessa hora ela se levantou, e recuou – Selly?

Selena: É tarde. – Disse, e não havia vida em sua voz. Na verdade, a voz dela era apenas um murmúrio, misturado aos raios que caiam lá fora.

Risque meu nome da sua lista
Faça deste o nosso último beijo
Eu vou embora. ♫
.
Nicholas: Não, não é. – Ele disse, com a voz embargada pela alegria. Ela estava ali. – Nós podemos recomeçar. Tentar, lembra? – Ele sorriu, avançando pela cama até ela. Mas ela recuou mais – Eu deixei ela. Eu voltei pra você.

Selena: Tarde. – Repetiu, olhando-o fixamente.

Nicholas: Não é tarde, meu amor. Ainda há muito tempo. – Ele se ajoelhou na beira da cama, e ergueu a mão – Venha.

Selena: Adeus, eu te amo. – Sussurrou, fraca. Nicholas cerrou os olhos, mas ela havia sumido.

Por que não conversamos sobre isso?
Eu estou bem aqui, não precisa gritar ♫

Nicholas: Não vá. – Implorou, sentando-se na cama. Alucinações, agora. Ele passou a mão nos cabelos, atordoado, enquanto sentia os olhos queimarem. Estava cansado de chorar. Não queria mais sofrer. Queria ela de volta. Ela estivera ali, e se fora. É tarde.

Nicholas: Selena. – Chamou, e ela abriu os olhos de súbito.

Selena: Nicholas? – Perguntou, rouca, se sentando.

Com o tempo a gente esquece
Vamos fingir que nunca nos conhecemos ♫

Nicholas: Porque fugiu, ma petit? – Perguntou, se aproximando da cama. Ela se encolheu.

Selena: Foi melhor assim. – Explicou, se cobrindo. Ela usava sua camisola normal, seda preta, longa até o tornozelo.

Nicholas: Não. – Ele segurou a mão dela, impedindo-a de se tapar.

Selena: Por favor. – Implorou, perdendo as forças.

Por que a gente não termina de uma vez?
Não há mais nada a ser dito ♫

Nicholas: Volte pra casa. – Selena negou com o rosto – Selena, pegue a nossa filha, e volte pra mim.

Selena: Não. Como me achou?

Nicholas: Não importa. – Disse, com a mesma arrogância que teve desde o inicio. Selena sorriu por dentro. – Volte pra mim, petit.

Selena: Eu não posso. – Negou, sentindo o olhar se inundar.

Nicholas: Porque não? – Ele olhou ela, pacientemente.

Estou de olhos fechados
Rezando pra que eles não espiem ♫

Selena: Não quero mais me machucar. – Admitiu, abaixando os olhos.

Nicholas: Diga que me ama. – Pediu, erguendo o rosto dela com a mão.

Selena: Eu amo você. – Atendeu, olhando-o.

Nós não sentimos mais atração pelo outro
E hoje em dia é isso que importa
Eu quero que você desapareça ♫
.
Nicholas balançou a cabeça negativamente, e a encarou com aqueles olhos verdes pelos quais ela se perdeu tantas vezes. Ele a encarou por segundos, e ela avançou pra beija-lo. Mas quando seus lábios se tocaram, era só ela. Selena abriu os olhos. Estava sentada no meio da cama, sozinha. Rosalie dormia, calma, ao seu lado, com o rostinho molhado pelas lágrimas que derramara antes de adormecer. “Está enlouquecendo, Selena.”, se condenou, enquanto cobria a fria. A noite estava fria. Mas nenhum frio era pior que a solidão. Nicholas dormia abraçado ao travesseiro da filha, todas as noites. Gregg, já tendo perdido a fé, começava a planejar grupos de procura, pros estados mais próximos de Seattle. Ele acharia Selena, pro irmão. Nunca se deu bem com Nicholas, mas não lhe fazia bem vê-lo ser torturado, pela saudade da filha, da mulher. Só que algo no peito de Nicholas lhe dizia que Selena estava perto.



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Creditos: Samilla Dias

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