segunda-feira, 9 de junho de 2014

Original Sin - 40 Capitulo

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Os dias foram se passando, normalmente. Nada mudou. Só o apetite de Selena, que estava mais aguçado. Ela vinha tendo ataques de histeria também, o que divertia Gregg.

Gregg: Selly. – Chamou, certo dia, após abrir uma carta.

Selena: Oi? – Respondeu, olhando pra ele

Gregg: Nicholas.

Selena sentiu uma pontada no estomago ao ouvir o nome do marido. Nada bom seria.

Selena: O que ele fez agora? – Perguntou, tentando se preparar.

Gregg: Ele mandou trazerem a Britt. – Constatou, se levantando. – Volto logo. – Ele avisou e saiu, pisando forte.

Selena ficou na sala, com a boca amargando de ódio. Então ele realmente mandou trazerem Britt? Ótimo. Era só do que ela precisava. O ciúme tomou conta do seu corpo ao pensar em Britt, dividindo quarto, dividindo uma vida com Gregg.
Enquanto isso Nicholas lá, traindo ela a vontade com Samatha. Samatha. Se não fosse ela, sua vida ainda seria um conto de fadas. Selena, antes que pudesse calcular, se levantou e subiu as escadas correndo. Mas não parou no segundo andar. Chegando no corredor, direcionou-se a esquerda e andou rapidamente pra escada do terceiro. Pela segunda vez os olhos do quadro de Samatha focalizaram ela, irônica e provocadoramente. Selena ofegava de ódio. Havia uma lamparina ali, já que Nicholas não deixou de instalassem luz. Ela foi até a estante e pegou o primeiro arquivo de cartas. Sorrindo maldosamente, pôs-se a rasga-las, uma por uma. Logo um monte de papel picado se fazia no chão. Ela rasgou todas, não deixou nenhuma inteira pra deixar recordação. Depois, puxou a estante com toda sua força. A estante emborcou no chão com um estrondo, e Selena ouviu o vidro das delicadas portinhas se quebrarem.

Rosa: Senhora! – Chamou do andar debaixo. Nem sob o indicio evidente da destruição tinha coragem de desobedecer Nicholas.

Selena: Saia daqui, Rosa. Mande todos saírem. – Ordenou, pegando a lamparina, e quebrando-a em seguida. Jogou a querosene em cima da enorme pilha de papel picado e acendeu, fazendo uma fogueira.

Gregg entrou no escritório dos Jonas como um furacão. Nicholas estava sentado em sua mesa, escrevendo algo. Joseph, que estava de pé, entrou no caminho do irmão, que ia golpear Nicholas, que estava distraído.

Joseph: GREGG! – Rugiu, entrando no caminho de Gregg

Gregg: QUE PALHAÇADA É ESSA? – Perguntou, erguendo a mão com a carta amassada.

Joseph pegou o papel, e olhou. Nicholas já havia se levantado. Se ia brigar com Gregg, queria estar de pé. Sabia da capacidade destrutiva do irmão, quando ele queria faze-lo.

Joseph: Mandou trazer Britt? – Perguntou, confuso, ainda segurando Gregg.

Nicholas: Já havia passado da hora. – Concluiu, sereno – Vamos ver se assim ele passa a cuidar mais da mulher, e deixa Selena em paz.

A próxima coisa que Nicholas sentiu foi algo acertando-lhe a testa, causando uma dor que lhe cegava. Ouviu Joseph gritar com Gregg. Sua visão escureceu, e ele caiu ajoelhado no chão. Sentiu a mão que tocava sua testa se enchendo de sangue. Quando Nicholas estava respondendo, Gregg aproveitou a distração do irmão e pegou um peso de papel na mesa de Joseph e lançou com toda a força no irmão, acertando-lhe a testa. Longe dali, Selena abriu as janelas do terceiro andar. A fumaça estava lhe deixando tonta. Pegou um caco da lamparina quebrada, e pôs-se a acertar os quadros de Samatha com tanta força que o vidro cortava sua própria mão. As telas, por fim, estavam completamente destruídas. Selena pegou o vestido preto que usara anteriormente, e o rasgou em cada pedaço, a mão, jogando-o em um canto. Pegou um pedaço de papel que em chamas com a ponta dos dedos, e tacou no vestido, que prontamente começou a queimar. Rasgou a tapeçaria do chão, o papel que decorava as paredes, tudo. Enquanto isso, na cidade, Joseph levou Nicholas ao hospital. Nicholas levou 6 pontos na testa, ganhando um curativo ali. Samatha apareceu até hoje não se sabe de onde, e não desgrudou de Nicholas nem um segundo, irritando Joseph e enojando um Gregg que só estava ali porque Joseph o obrigou. Por fim, seguiram pra casa. A surpresa se criou quando chegaram a mansão. As janelas do terceiro andar estavam abertas, e cuspiam fumaça pro vento.

Gregg: Selena. – Murmurou, com um sorriso crescendo no rosto.

Quando entraram em casa, Rosa os avisou de que Demetria levara as crianças pra fora, pra longe da fumaça, já que Selena estava incontrolável. Nicholas estava pronto pra ir atrás da mulher, quando a morena desceu as escadas, arrastando os trapos de um vestido vermelho berrante nas mãos. O coque de seu cabelo estava frouxo, e os fios caíram dali. Seu vestido preto estava sujo pelas cinzas. Mas pra Gregg, continuava parecendo um anjo. Um anjo saindo do caos, mas ainda assim um anjo.

Selena: Tome, isso é seu. – Ela disse, jogando o vestido rasgado em Nicholas. O vestido acertou Samatha em cheio, já que a morena estava do lado de Nicholas.

Nicholas: Que diabo você pensa que está fazendo? – Perguntou, sendo tomado pelo ódio, e segurando o vestido.

Selena: Aquele lugar enojava a casa. – Ela disse, encarando a Samatha com desprezo. A morena retribuiu o olhar a altura. – Então, foi por água abaixo. E tire ela da minha casa. Agora. – Disse, e se virou, marchando pra escada. Nicholas foi atrás e puxou ela pelo braço com força.

Nicholas: Não brinque com fogo, Selena. – Rosnou, apertando o braço dela.

Selena: Eu sou o fogo, Nicholas. – Rebateu, puxando o braço.

Nicholas ergueu a mão e baixou ela com toda a força, visando um tapa no rosto de Selena. A expressão da morena não mudou. A única coisa que impediu o golpe foi um punho frio como gelo que se fechou em volta do braço de Nicholas, segurando-o com severidade.

Gregg: Matarei você antes. – Rosnou, puxando o irmão pra longe de Selena – Vamos, Selly. – E tocou a cintura dela levemente, levando-a dali.

Gregg levou Selena a seu quarto. Lá lhe deu uma toalha, e tudo o que ela precisaria para um banho. Selena aceitou, feliz da vida. Carregava cinzas até em sua alma. Ele saiu do quarto enquanto ela se banhava, e foi atrás de Rosa, para pedir um vestido limpo pra morena. Rosa ajudou Selena a se vestir, e depois saiu. Foi quando Gregg voltou.

Gregg: Entusiasmo demais. – Comentou, avaliando o corte da mão dela.

Selena: Me empolguei. – Justificou, fazendo voz de bebê. Gregg riu e selou os lábios com os dela, se levantando.

Selena viu Gregg ir até o banheiro, e voltar com uma caixa de primeiros socorros. Ele se sentou ao lado dela em sua enorme cama, e ele pôs-se a cuidar de sua mão.

Selena: Você não se sente culpado? – Perguntou, olhando-o.

Gregg: Pelo quê? – Perguntou, distraído com o curativo.

Selena: Pela Britt. Por nós dois. – Continuou.

Gregg: Bom, em verdade, não. – Disse calmo, e Selena franziu a sobrancelha – Sabe, Selly, meu cavalo não se chama Jake por coincidência. Britt me traiu, a anos atrás, com um amigo dela. – Comentou, normalmente, pegando uma atadura e enrolando o corte cuidadosamente.

Selena: Te traiu? – Perguntou, incrédula. Quem, em sã consciência, trairia Gregg?

Gregg: Traiu. Ela teve um caso com o melhor amigo, Jacob. Quando eu descobri, quis matar ela. Ele também. – Selena não conseguiu não rir, e ele sorriu – Mas ela veio até mim. Conversamos. Ela era a minha vida. E eu não conseguia aceitar. Em um momento de raiva, eu batizei o cavalo de Jake. Brigamos diversas vezes por isso, mas ele já atendia por Jake, e não tinha mas jeito. – Ele riu de leve

Selena: E depois?

Gregg: Nessa época nós nos mudamos pra cá. Joseph precisava ser apresentado a Demetria, e era melhor que tivesse algum tempo aqui antes de ir até ela. Podia assusta-la. Eu me assustaria. – Ele riu gostosamente com isso. – Entretanto. – Fechou a cara, e agora Selena riu. Ele sorriu dela – Eu deixei ela lá. Não estava pronto pra perdoar. Levou tempo pra eu me libertar daquele ódio. Mas ai, quando ela podia vir, Renée bateu pé firme de precisava dela lá, então ela ficou. – Ele terminou de prender a atadura, e observou o trabalho.

Selena: Deve ter sido horrível. – Comentou, olhando-o. Ela sabia o que era sentir essa dor.

Gregg: E foi. Eu amo a Britt, amo com cada fibra do meu corpo. – Começou, e Selena não sentiu ciúme. Amava Nicholas com a mesma intensidade que ele descrevia o amor por Britt. – Eu sinto falta dela. É como se um pedaço meu estivesse lá. Entretanto, você é a minha vida, agora. – Ele tocou o nariz dela com a ponta do dedo, e ela sorriu, avançando-o para beija-lo. Gregg acolheu ela em um abraço, enquanto retribuía o beijo apaixonado da loura.

Enquanto isso, no andar debaixo...

Joseph: ROSA! – Gritou pela governanta, que logo apareceu.

Rosa: Sim, senhor?

Joseph: Mande apagarem o que Selena fez no terceiro andar. – Ele riu Rosa olhar, apreensiva, pra Nicholas, que rosnava em sua fúria – É uma ordem. – Chamou a atenção dela, que assentiu – E mande chamar Demetria.

Rosa saiu, deixando Nicholas, Samatha e Joseph sozinhos. Só que Joseph não estava nada satisfeito.

Joseph: E então, Samatha. – Começou, e Samatha, juntamente com Nicholas, se viraram pra ele – O que ocorreu naquele dia, no penhasco? Quero dizer, você caiu junto com a carruagem. Então anos depois reaparece, saudável, sem nenhum arranhão.

Nicholas: Joseph. – Rosnou, como que por aviso.

Joseph: Eu tenho o direito de saber. – Rebateu, duramente.

Samatha: Deixe. – Ela tocou o peito de Nicholas levemente, e se virou para Joseph. – Eu realmente cai com a carruagem. Pelo visto, vocês não se preocuparam em mandar procurar o meu corpo. – Alfinetou, e Joseph sorriu, erguendo a sobrancelha – Então Ezequiel, um desconhecido, passou pelo local e me viu, presa às pedras. Me salvou.

Joseph: E você não voltou antes por...?

Samatha: Ezequiel se apaixonou por mim. – Comentou, e Nicholas observava ela, com certo fascínio no rosto – Me manteve presa durante todo esse tempo. Até que Escobar, um amigo, me ajudou a fugir. Assim que consegui, vim atrás de Nicholas. – Ela encarou Nicholas, que sorriu de canto.

Joseph: Pouco convincente. – Continuou, mostrando que não acreditava em uma palavra.

Nicholas: Joseph, já chega!

Samatha: É a verdade. – Concluiu

Demetria: David. – Sorriu, entrando na sala e rumando pro marido. Seu sorriso se fechou ao ver Samatha.

Demetria tinha Diego no colo, e Suri e Théo atrás. A menina se revoltou ao ver a morena lá.

Suri: Cadê a Selly? – Perguntou, ignorando Samatha e Nicholas

Joseph: Lá em cima, com Gregg. – Respondeu, abraçando Demetria pela cintura e beijando a testa do filho.

Suri se virou pra ir pra escada, mas Nicholas, ao lado de Samatha, trancavam a escada. Ela suspirou e ergueu o rosto.

Suri: Sai da frente? – Pediu, sem paciência

Samatha: Tenha modos. – Repreendeu, prendendo o riso.

Suri: Olha só quem fala de modos. – Ela varreu Samatha com o olhar, e em seguida, segurando a barra do vestido, deu um senhor pontapé na canela da morena, que gritou, se abaixando – Obrigado. – E rumou pela escada, até o segundo andar.

O fogo no terceiro andar, por fim, foi apagado. Nicholas, Samatha, Joseph, Demetria, Selena, Gregg, enfim, todos subiram pra ver o resultado. Não restara nada. Era tudo um bolo de cinzas, cacos de vidro, papel e agua.

Gregg: Bom trabalho. – Murmurou no ouvido de Selena, que sorriu.



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Creditos: Samiilla Dias


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