sexta-feira, 4 de julho de 2014

Original Sin - 76 Capitulo + Divulgação

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Selena: É mentira! – Disse, se apressando até ele – Rose está em casa, com Demetria! – Nicholas fez uma cara confusa – Eu disse que Rose tinha sumido, porque ela estava correndo de mim! Eu não, eu... – Ela desabou no peito dele.

Nicholas abraçou a esposa como se ela fosse seu ar. Selena tremia, estava pálida, fria. Ele afundou o rosto no cabelo dela, sentindo o cheiro que mais amava no mundo: o perfume dela.

Selena: Eu tive tanto medo, Nicholas. – Ela disse, se separando pra ver o rosto dele – Eu pensei que tinham te feito mal. Eu, eu quase morri. – Nicholas segurou o rosto dela entre as mãos, olhando a expressão apavorada da esposa. 

Nicholas: Calma. Já acabou. – Disse, olhando ela.

Selena: Nicholas, eu acho que eu estou grávida. – Ela disse, e caiu no choro. Nicholas sorriu de canto, digerindo a ideia. Grávida. – Eu tive tanto medo de não poder te dizer isso. Eu, eu achei que você... Ah, meu Deus. – Ela se abraçou a ele, que sorriu, acolhendo ela de novo – Eu amo você. – Disse, com o rosto enterrado no peito dele.

Nicholas: Eu estou aqui. Está tudo bem, minha vida. – Murmurou no contra o cabelo dela. O dia esta muito mais frio que o anterior. Selena não gostava daquele lugar. O mar parecia querer derrubar tudo o que tocasse. Ventava muito, e ele se agarrou a ela, sentindo o alivio se misturar com o amor que corria em suas veias. – Eu te amo, Selena Gomeez. – Ele respondeu, erguendo o rosto dela. Selena enlaçou os braços no pescoço dele, beijando-o sedentamente. Ele a segurou pela cintura, trazendo-a pra si. 

Não tivera oportunidade de dizer, mas ela estava linda vestida daquele jeito. Parecia um anjo. Um anjo em meio ao inferno. Ao inferno que sua cabeça estava. Agora que ele sabia que Rose estava bem, todas as lembranças daquele lugar inundaram sua cabeça, e Selena era sua única chance de sobreviver. Se beijaram apaixonadamente, até que ouviram palmas. 

Samatha: Que cena linda. – Disse, caminhando despreocupadamente, à uns 150 metros deles – Merecia virar um quadro. – Disse, irônica, sorrindo.

Selena gemeu, ainda com os lábios colados aos dele. Se tinha uma coisa que não queria ouvir agora, era a voz de Samatha. Ela soltou os lábios dos dele, e virou os olhos pretos, que eram duas pedras de negras, pra a morena. Olhos de cigana, obliqua e dissimulada. Olhos de ressaca. Foi o que Selena encontrou. Ela vestia vermelho, como sempre. O vento varreu os cabelos de Selena do rosto, e só havia ódio ali.

Selena: Que demônio, DEIXE A MINHA FAMILIA EM PAZ! – Gritou, já sem paciência – SERÁ QUE VOCÊ NÃO ENTENDE? ELE ESCOLHEU A MIM, O JOGO ACABOU!

Escobar: Ela se irritou. – Disse, debochado, rindo junto a Samatha, aparecendo atrás de Selena

Samatha: Você viu, as garrinhas dela de fora? – Samatha riu gostosamente

Nicholas: Você? - Perguntou, incrédulo. - Escobar, você está junto a ela?

Selena: Você conhece ele? - Perguntou, surpresa.

Escobar fora amigo de Nicholas o tempo inteiro, em sua juventude. Mais amigo até que seus irmãos. Eram unha e carne. Pelo visto, nem tanto.

Selena: Nicholas, vamos embora daqui. - Pediu, nauseada. Tinha um péssimo pressentimento em relação a aquele lugar.

Samatha: Tão fácil? - Perguntou, se aproximando dos dois.

Escobar: É realmente, muito bonita. Mas o que tem de bonita, tem de burra. - Nicholas rosnou com a ofensa.

Nicholas: Que diabo vocês querem? Já acabou, vocês não tem mais nada a ganhar.

Selena: Aliás, tem uma coisa que vocês podem ganhar. Anos de cadeia, vai ser ótimo. - Rosnou, ainda abraçada a ele. Samatha riu.

Escobar: Vadiazinha da língua afiada. - Disse, erguendo a mão pro rosto de Selena.

A ultima coisa que Selena sentiu foi a mão do marido solta-la, e ele voou pra cima de Escobar, em um murro. 

Selena: NICHOLAS! - Gritou, assustada, quando o marido recebeu de volta o murro que dera em Escobar, e os dois se engalfinharam. Então ela ouviu o riso de Samatha - Vagabunda. - Rosnou, avançando pra morena. Samatha ergueu a sobrancelha, mas o que não esperava aconteceu: Selena lhe desceu a mão na cara. A morena cambaleou, mas partiu pra cima de selena, então eram 4 pessoas brigando agora.

Enquanto isso, na mansão Jonas. Britt obrigou Derick a voltar pro escritório, o mais depressa, e avisar Gregg e Joseph sobre o acontecido. Assim ele foi. Então Maite ficou com elas. A morena parecia pensativa. Contou que a inicio era comparsa de Samatha e Escobar, mas que não agüentava ver as maldades que falavam, ou que faziam, e por isso estava assim: por não ter pra onde ir, por não se alimentar, por apanhar demais. Contou que estava calada, Escobar a agredia todos os dias, mas ela não reclamou. Mas ao ouvir eles falarem da pequena Rosalie, não agüentou. Fugiu e veio avisar. Sabia que a matariam por isso, mas não se sentiria em paz com sua alma permitindo que aqueles dois destruíssem mais uma família.

Britt: Meu Deus. – Gemeu, abismada quando Maite terminou.

Maite: Eu... eu preciso ir embora, agora. – Ela se levantou, e Britt se perguntou de onde havia achado forças pra isso.

Demetria: Não, fique! Nós devemos muito a você. – Pediu – Tome um banho, coma algo e descanse um pouco, vai lhe fazer bem.

Maite: Não, obrigado, senhora. Eu... meu lugar não é aqui. Eu já fiz o que devia. Agora eu vou. – Ela tomou seu caminho.

Demetria: Eu não vou deixar você ir embora. Não nesse estado. Por favor, fique. – Insistiu. Uma das qualidades de Demetria era sua compaixão.

Maite: Eu fui a morena que sequestrou o seu filho, Demetria Lovato. – Disse, e viu o olhar da loira se congelar – Por ordens deles, mas fui eu. Eu empurrei o garçom em vocês, e eu peguei o menino. Eu cuidei dele.

Demetria parecia incapaz de falar. Se lembrar da dor que viveu naqueles dias não lhe fazia bem.

Britt: Mas o menino voltou, são e salvo. – Rebateu

Maite: Sim, eu cuidei dele como a um filho. – Ela disse e sorriu de lado, com os lábios sem vida, lembrando-se de Diego. – Eles iam mata-lo. Queriam fazer isso desde o primeiro momento. – Demetria gemeu, nauseada – Mas eu não deixei. Eu era bem tratada antes disso, sabe? – Comentou, curiosa – Bem tratada no que se pode dizer. Mas eu não podia permitir que eles matassem uma vida inocente, apenas porque Joseph, anos atrás, havia se negado a ser pombo correio de Nicholas e Samatha. Então entrei pelos fundos da mansão, e estava pensando em como deixaria ele em um lugar em segurança, onde o encontrariam. Foi então que Selena apareceu, e eu lhe entreguei o menino. Ela foi bondosa, me deixou fugir. – Sorriu novamente, abaixando a cabeça.

Demetria: Ela disse que achou o menino encostado numa arvore, nos fundos. – Lembrou, sem reação.

Maite: De qualquer forma, fui eu. – Assumiu, e suspirou em seguida. Sabia que não tinha muito tempo. E se tinha de partir, queria ter se redimido de seus pecados antes. – De qualquer forma, não me interprete mal. Eu nunca quis fazer mal a vocês.

Demetria: Não? - Murmurou, ainda perdida.

Maite: Não. Mas eu não tinha pra onde ir, eu não tinha como sobreviver. Por pior que fosse, eles dois eram minha única alternativa. Me perdoem. - Ela respirou fundo - Adeus. – Disse, e abandonou a mansão antes que pudessem impedi-la.

Só que nessa Selena não se deu tão bem. Ela era uma dama, e Samatha era uma prostituta, fora criada em um bordel. Selena arranhou a samatha, bateu, queria que ela sentisse dor. Mas seu coração gritava por outro alguém, que também estava ali: Nicholas. A certo ponto, a morena caiu no chão, dando com a testa numa pedra. O chão era muito incerto, os pedregulhos eram afiados. Ela grunhiu quando Samatha lhe chutou a coluna fortemente. Mas Selena não era tão besta. Ela rolou pelo chão, saindo do alcance da loira, e se levantou. Foi então que viu a rival tirando um frasco de metal do decote.

Samatha: Você é tão linda, Selena. Tão linda que eu lhe trouxe isso. – Ela disse, destampando o frasco. O que quer que fosse, Selena não gostou.

Selena: O que...? AAAAAH! – Ela gritou, ao ver o que era. Samatha lançara um pouco do liquido nela, mas pegara na barra do vestido, que começou a se desfazer. Era acido. 

Selena ofegou. Samatha ia lhe deformar. Nem Nicholas seria capaz de suportar sua imagem depois daquilo. Nicholas. Ela olhou pro lado, e Nicholas se esmurrava com Escobar a alguns metros. Então Samatha lançou mais um pouco do acido, dessa vez respingou na mão da morena.

Selena: MINHA MÃO! – Gritou, segurando o pulso, atordoada com a queimação absurda, e vendo a pele se desfazer – VAGABUNDA! – Gritou, partindo pra cima da loira.

Quando Selena conseguiu alcançar Samatha, parte do liquido da garrafa caiu em seu braço, e a morena gritou em tormento. Mas fez o que sabia: desceu as unhas na face de Samatha, que cambaleou. Quando ergueu o rosto, haviam 3 fios de sangue brotando ali. Selena não esperou ela se recuperar, partiu pra cima dela com tudo. Na pressa de revidar, Samatha se esqueceu do que segurava, e, ao erguer a mão pra bater na loura, derramou todo o resto do liquido em cima de si mesma. O acido lhe atingiu toda a metade direita do rosto, o pescoço, e boa parte do colo. Selena se afastou, horrorizada. A loira gritou, em agonia. 

Samatha: MEU ROSTO! – Ela passou a mão no rosto, e o acido lhe atingiu a mão também. Ela gritou de novo.

Selena franziu o cenho, enquanto os primeiros flocos de neve caiam. O mar estava revolto. Selena não queria ver aquilo. Sua mão e seu braço queimavam barbaramente, como se houvessem tocado fogo nela, imagine o que Samatha estava sentindo.

Selena: Samatha, veja o meu rosto. – Disse, se sentindo vingada. – Eu vi você todas as vezes em que senti dor. Então olhe pra mim. – Ela sorriu, tirando o cabelo da frente. Samatha gritou novamente, cambaleando pra trás – O jogo acabou. Você perdeu. – Sorriu, vitoriosa, mas ao mesmo tempo sem querer continuar vendo aquela cena. O rosto de Samatha já estava em carne viva.

Nesse momento se ouviu um tiro, que ecoou por entre os flocos de neve e as arvores da floresta em volta. E depois, o silêncio absoluto. Selena sentiu o coração ser engolfado em uma puxada dolorosa. Ela respirou fundo, e virou-se pra olhar Nicholas e Escobar. Ela perdeu a respiração ao ver o que viu. Escobar e Nicholas estavam de pé, mas Nicholas logo caiu. Em sua barriga brotava uma fonte forte de sangue. Ele caiu de costas no chão, com a sobrancelha franzida, e pôs a mão em cima do lugar onde a bala caiu.

Selena: Nicholas. – Disse, com a voz falhando, tremula, olhando o marido.

Escobar: Meu Deus. – Disse, se afastando – Eu, eu não ia atirar. Ele tentou tomar a arma de mim, e disparou. – Disse, como que pra si mesmo – Eu matei um Jonas. – Disse, se afastando de Nicholas, que se contorcia no chão.

Selena gemeu, nauseada, com a palavra “matei”.


Selena: Nicholas. – Ela repetiu, olhando o marido, procurando forças pra se mover, mas não achava.

Samatha: ESCOBAR! – Gritou, nem ai pra Nicholas. – MATE-A! – Grasnou.

Escobar: Não! Eu vou pra forca. Deus, eu matei um Jonas. – Repetiu, e largou a arma no chão.

Samatha: OLHE O QUE ELA FEZ COMIGO! – Gritou, ainda com as mãos no rosto – MATE-A!

Escobar: Não é um motivo pelo qual eu pretendo morrer. – Avisou, agora recuando – Um Jonas. Meu Deus.

Samatha: ESCOBAR! 

Selena: Meu amor. – Sussurrou, com os olhos presos a Nicholas, que se contorcia no chão. Uma grossa lágrima caiu do olhar de Selena. O sangue escorreu por sua testa, e então ela percebeu que na queda havia partido a cabeça, por baixo do cabelo. 

Escobar fugiu, sumindo dentre as arvores. Selena não conseguia se mexer, perante a dor que sentia no peito. Samatha estava inconsolável, com a dor que sentia. Nicholas se contorcia, em agonia, no chão. Era o fim. 

Nicholas virou de lado e sua boca se abriu, despejando uma quantidade considerável de sangue ali, e gemendo em seguida. Selena encontrou forças do nada, e correu, desesperada, até ele. 

Selena: Nicholas! – Ela pegou o rosto dele dentre as mãos, e ele respirou fundo – Nicholas, fale comigo! – Pediu, mas ele não pode – Pelo amor de Deus, não me deixe. – Murmurou, enquanto as lágrimas começavam a brotar.

Nicholas: Selly. – Ele murmurou, fraco.

Selena: Sou eu, meu amor. Eu estou aqui. Eu estou com você. – Disse, e ele suspirou. 

Nesse momento se ouviu um gemido, mas não era Nicholas. Samatha vira seu rosto em uma poça de agua no chão e gemera, assustada.

Selena: Olha o que você fez. Olha o que causou. – Acusou, amargurada – Eu vou cuidar pra que você passe o resto da sua vida numa cela, eu prometo. – Rosnou, furiosa.

Mas Samatha ainda se olhava. Estava definitivamente deformada. Não conseguia abrir o olho direito, ele queimava, como todo o resto. Samatha balançou a cabeça negativamente, desnorteada, e caminhou lentamente até a ponta do penhasco. Ela olhou Selena uma ultima vez, e se jogou. A morena tapou os ouvidos, não queria ouvir, mas ouviu quando o corpo da loira se chocou com as rochas lá em baixo. 

Selena: Fique comigo. – Pediu, espantando a cena horrível que acabara de ver, e pegando o rosto dele dentre as mãos. – Nicholas, eu só tenho você. Não me deixe. – Pediu, fanha pelas lágrimas que caiam.

Nicholas queria responder, queria lhe dizer que estava tentando, mas era impossível. Ele nunca havia levado um tiro, e esse o acertou em cheio. Sua barriga doía horrivelmente, queimava impossivelmente em um ponto, e sua cabeça estava nublada. Ele não conseguia encontrar sua voz. 

Selena: Merda. – Murmurou, pegando a aba limpa do vestido. Ela rasgou um pedaço, e tapou o ferimento da bala, em uma tentativa inútil de parar o sangramento violento que ocorria ali, sem perceber que havia sangue em sua nuca e em sua testa. – Vamos lá. – Murmurou, olhando-o – Você me prometeu. Prometeu que não iria a lugar nenhum. É o único que eu tenho. – Disse, abaixando a cabeça pro peito dele. Ali podia ouvir o coração dele que resistia fracamente. 

Nicholas: Existem toneladas de peixes na agua. – Ele não tinha certeza de que conseguira dizer aquilo, mas aparentemente conseguira, porque ela imediatamente olhou pra ele. Ele abrira os olhos e não percebera, porque agora podia ver o rosto transformado de dor da mulher.

Selena: Você é o mar. – Rebateu, beijando-lhe os lábios. O gosto do sangue que ele havia posto pra fora foi pra boca dela, mas ela não se importou.

Nicholas: Rosalie. – Ele tossiu, e ofegou de dor novamente. – Cuide dela. – Pediu. Sua mente estava embaçada demais. Precisava pedir isso, antes que não pudesse.

Selena: Não! – Ela pediu, vendo o olhar dele fraquejar.

Nicholas: Adeus, meu amor. – Murmurou. Selena arregalou os olhos, mas os dele estavam fechados. E ele não respondeu mais. 

Selena: NICHOLAS, NÃO! – Gritou, sacudindo o corpo do marido, que não se moveu. Estava mais pálido que nunca. A neve se misturava com o vento forte, e o frio estava insuportável. – NICHOLAS! – Gritou, dentre lágrimas – MERDA, NÃO! – Ela bateu com tudo no peito dele, desesperada – Não vá. – Sussurrou, perdida em suas lágrimas. Ele continuou imóvel.

Selena beijou os lábios dele novamente, mas não houve uma resposta. Ela se afogou em dor. E uma tontura que levava sua visão embora. Nicholas, não. Ela chorou, gritou, mas ele não se moveu. Até que a tontura escureceu de vez sua cabeça, e ela caiu, deitada ao lado dele. Havia sangue naquele local, sangue demais, era caótico. Era como uma poça ao redor deles. O vestido branco dela estava todo manchado. A nevasca caia, impiedosa, como o mar que açoitava as pedras lá em baixo. Que final romântico, morrer de amor.

-


Nicholas não resistira. A bala havia perfurado seus órgãos, e ele se fora. O funeral foi demorado, tortuoso. Selena chorava, descontrolada. Rosalie, pela primeira vez, se vestia de preto, e estava no colo de Demetria. Nicholas jazia em seu caixão, pálido, sem vida.

Gregg: selly, calma. – Ele tranqüilizou ela, mas o choro em seu peito era ofuscante – Já acabou.

Selena: Não acabou. – Murmurou, sendo rude e se afastando dele.

Ela foi até o caixão do marido, e tocou seu rosto. Estava frio. Ela chorou mais ainda. As pessoas pareciam ter compaixão da dor dela. Selena se inclinou e beijou os lábios frios e sem vida dele. Nada mudou.

Demetria: Selly, Rosalie. – Ela entregou a menina.

Rose: Mamãe? – Disse, confusa ao choro de Selena. A menina secou seu rosto – Papai! – Ela disse, animada ao ver Nicholas ali. Esticou os braços, animada.

Pela primeira vez, Nicholas não respondeu ao chamado da filha.

Selena: Papai está dormindo, meu amor. – Tranquilizou, mas ela mesma chorava. Rosalie fez bico.

Rosalie: Papai! – Insistiu, começando a chorar.

Selena se afastou do caixão, em lágrimas, quando aconteceu. Haviam grunhidos de dor ali. Era a voz de Nicholas. Alguém lhe tomou Rosalie dos braços, e ela se virou pro caixão, secando o rosto. O marido continuava imóvel. Mas os grunhidos de dor eram cada vez mais altos. Mais agonia, pra alma atormentada dela. Os grunhidos, até gritos tornavam-se cada vez mais fortes. Selena olhou em volta, ninguém parecia ouvir. Ela voltou ao caixão dele, com o coração batendo acelerado. Ouvir a voz dele novamente lhe fazia bem. Mas ele não estava gritando, então, que diabos era aquilo? Então tudo foi ficando branco. Branco. Branco demais. Selena fechou os olhos com força, tentando espantar a claridade do rosto. Quando ela voltou a abri-los, encontrou um par de olhos a sua frente. Um par de olhos cor de bronze.

Gregg: Selly? Sellly, você pode me ouvir? – Perguntou, preocupado.

Selena olhou em volta. Tudo naquele lugar era branco. Um hospital.

Selena: Gregg? – Perguntou, ainda desatenta.

Gregg: Sou eu. – Ele sorriu torto, aliviado – JOSEPH, ela acordou! – Joseph se aproximou, e sorriu ao ver Selena acordada.

Selena: Nicholas! – Ela grasnou, se sentando. Outro grunhido encheu a sala. Selena recebeu aquilo como se fosse um sopro de ar quando ela estava prestes a morrer sufocada. Se grunhia, estava vivo. – Gregg, onde está Nicholas?! – Perguntou, se levantando com tudo da maca onde estava deitada.

Gregg: Calma. – Ele segurou ela na cama. Selena ficou tonta de novo. Sua cabeça doía. 

Selena: NICHOLAS! – Gritou, tentando sair da cama. O marido não respondeu. – Onde ele está?

Gregg: Estão cuidando dele. Retirando a bala. – Disse, paciente com ela.

Selena gemeu, nauseada. Se grunhia era porque estava vivo. Mas estava em agonia.

Selena: Nicholas. – Disse, de novo tentando se levantar. Gregg não deixou. – Que diabo, eu estou bem, me deixe ficar de pé. – Retrucou, franzindo o cenho pra ele. Gregg riu de leve.

Gregg: O que você acha? – Perguntou a Joseph

Joseph: Deixe-a. – Disse, e agora sua expressão era realmente tensa.

Selena pulou da cama pro chão quando Gregg a soltou. Queria ir atrás de Nicholas. Queria toca-lo, ouvir sua respiração. Mas ficou tonta ao se levantar, e cambaleou de volta pra cama. Gregg a amparou.

Gregg: Eu avisei. – Disse, sorrindo pra ela.

Selena: Cala essa boca. – Retrucou, mas se sentou.

Minutos se passaram. Os gemidos de Nicholas não cessavam. Selena já estava indócil. 

Selena: Faça isso parar. – Murmurou, com as mãos nas orelhas. Não aguentava mais ouvir a dor dele.

Gregg: Se eu pudesse, não teria nem começado. – Disse, e já não sorria.

Mais tempo se passou. Então Nicholas parou de gemer. O silêncio reinou. Selena ergueu a cabeça, olhando pra frente. Silêncio não era bom. Talvez os gemidos fossem melhores. Não demorou muito, o médico entrou na sala. O médico conversou com Joseph, e sua cara não era boa. Em seguida ele respirou fundo e, sorrindo, virou-se pra Selena.

Médico: Vamos ver esses ferimentos? – Perguntou, gentil, erguendo a mão pra tirar o cabelo de Selena, grudado no sangue, na testa.

Selena: Não toca em mim. – Disse, se afastando – Onde está o meu marido? – Perguntou, impaciente.

Médico: Está no quarto ao lado, se recuperando. Nós já removemos a bala. – Ele ergueu a mão de novo – Agora vamos cuidar disso, antes que infeccione. – A enfermeira veio com um kit de primeiros socorros.

Selena: Eu quero ver ele. – Disse, se esquivando do médico de novo – E eu quero agora. – Disse, autoritária, e pela primeira vez parecia uma Jonas. Impiedosa. Impaciente. Também, pudera, odiava que tentassem lhe esconder as coisas.

Médico: Primeiro nós vamos cuidar disto, pra que a senhora não piore. 

Selena: Deixe que eu vá pro diabo que me carregue! – Disse, irritada, se levantando da cama. Ela engoliu a forte tontura, e ergueu o rosto – Se você não me mostrar onde está, eu vou achar o meu marido sozinha. Das duas, uma. – Impôs, dura.

O médico encarou Gregg e Joseph. Selena rosnou e saiu do quarto, abrindo a porta com tudo. O médico dissera “no quarto ao lado”. Ela foi no lado direito, e estava vazio, com a cama arrumada. Era o melhor hospital de toda Seattle, mas ela não prestou atenção na estrutura luxuosa. Fez a volta, passou pela porta do quarto onde estava, e seguiu pra porta esquerda. Estava trancada.

Selena: Abra essa porta. – Ordenou, virando-se. O médico, Gregg e Joseph a observavam – Abra, agora! – Ordenou, perdendo a paciência. 

Gregg: Annie, é melhor deixar Nicholas sozinho agora. – Começou.

Selena rosnou de novo, e bateu com tudo na porta. Se afastou, tomou impulso, e bateu de novo. Nada. 

Joseph: Selena, por favor. 

Selena: Demônio. – Se precisava ser a força, seria a força.

Ela se afastou, segurou a barra do vestido e chutou a porta com tudo. Nessa hora, ela viu que seu braço e sua mão já haviam sido cuidados, estavam sob curativos, onde o acido a afetou. Dessa vez, com um estrondo, a mesma abriu. Nem Gregg, nem o médico, nem Joseph esperavam por aquilo. A morena avançou, impaciente, mas travou na porta do quarto, ao ver o que havia dentro. 

Era como no sonho dela, só que em um cenário diferente. Mas Nicholas estava pálido, parecia fraco. Ela entrou no quarto, e se aproximou dele, com o coração palpitando. 

Selena: Amor? – Chamou, cautelosa, após se ajoelhando do lado dele. Nicholas continuou quieto.

Mas ela podia ver o peito dele, arfando fracamente, por sua respiração. Ela colocou o rosto de leve no peito dele, e seu coração saltitava ali. Ela sorriu, suspirando, e agradecendo a Deus. Ele estava vivo.

Selena: Eu estou aqui, sim? – Disse, delicada, acariciando o rosto dele. Nicholas continuou dormindo – Eu amo você. – Ela sorriu e selou-lhe os lábios.

Selena ficou ali durante toda a tarde: ajoelhada, com a mão entrelaçada dos dedos dele, quieta. Bateu o pé que ninguém cuidaria dela, e ponto final. Somente a noite Gregg a convenceu de pelo menos ir em casa, tomar um banho, comer algo, ver Rosalie, depois poderia voltar. Ela deixou seu coração na mesa de cabeceira dele, beijou-o novamente e foi.



Divulgando o Blog da Gorda, pra quem gosta de Jemi: Sedução e Vingança



Meninas vocês querem que eu continue a historia? Ta muito cansativa?



Comentem Gattonas


Creditos: Samilla Dias

3 comentários:

  1. Claro que queremos que continue!
    Pra mim não está cansativa
    Eu amo essa fic
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  2. Continua por favor!
    Adorei o Capitulo.
    Poste logo!! Bjs

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