quinta-feira, 24 de julho de 2014

IV - Amor Obscuro

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Acordo num sobressalto e ofegante. Olho em volta e me dou conta de que estou em meu quarto. Respiro aliviada e olho para o relógio em seguida. Vejo que são 5:40. Deito-me novamente e tento voltar a dormir, já que hoje é sábado e só pegarei o turno da tarde na livraria. Rolo na cama diversas vezes e não consigo dormir mais. Algo me incomoda, sinto-me sufocada. Volto olhar para o relógio e são 6:45 e me levanto. Cansei-me, preciso extravasar tirar essa angústia de dentro de mim.

Vou para o banheiro e me jogo em um banho frio para acordar e ver se me sinto melhor. Passo horas embaixo do chuveiro e nada. Saio e me visto minha roupa de ginastica. Preciso me exercitar um pouco, espairecer.

Prendo meus cabelos em um rabo de cavalo e saio do quarto, indo em direção ao quarto de Demi. Não escuto barulho algum, então resolvo abrir a porta devagarinho e vejo-a dormindo tranquilamente. Fecho a porta e saio de casa para minha corrida matinal, sentindo o vento gelado bater em meu rosto. Olho para o céu e vejo-o nebuloso, assim como meu astral esta manhã. Espero que mude com o decorrer do dia.

Inicio minha caminhada saindo do movimentado centro de Seattle, mas logo em seguida resolvo correr para aliviar a tensão em meu corpo. Continuo a correr até que perco o fôlego e resolvo parar para refrescar. Respiro fundo, sentindo a brisa fria em minha face corada fervilhante da corrida. Olho no meu relógio de pulso e vejo que já são 9:00. Depois de mais um tempinho de refresco, me sentindo aliviada, resolvo tomar o caminho de casa em uma corrida rápida e precisa.

Chego em frente ao prédio em menos de meia hora. Subo calmamente para meu apartamento e vou direto para meu quarto. Preciso de um banho urgente.

Depois de um tempo embaixo do chuveiro, saio do banho e resolvo procurar por Demi. Encontro-a na cozinha vestida com seu pijaminha de ursinhos, o qual apelidei de pijama da deprê, e ela sorri a me ver. Sorrio de volta me sentando em um banco e me debruçando em cima da bancada.

– E aí como está se sentindo hoje Lovato? - Digo olhando para ela.

– Ah me sinto muito melhor hoje. Obrigada por todas suas palavras de conforto ontem Gomez. Já disse que te amo hoje? - Ela diz e me olha sorrindo.

– Não. Aliás, você não me diz isso a muito tempo. - Digo, fazendo biquinho.

– Ah para de graça Selly. - Ela diz, jogando o pano de prato em mim e sorrio.

– Pelo visto está muitíssimo bem né. - Digo, e ela me mostra a língua.

– Você precisa parar com isso. - Digo, em referência ao que sempre ela me diz e ela me mostra a língua novamente. - Quanta maturidade. - Digo novamente uma de suas frases e ela cai na gargalhada.

– E você e o David? Desenrolaram ontem? Ah e me desculpa por atrapalhar. - Ela diz e logo me dá um sorriso de desculpas.

– Ah você nem atrapalhou nada amiga. - Digo entristecida e logo abaixo a cabeça.

– Selly, o que houve entre vocês? Não conseguiu deixá-lo tocar em você? - Ela pergunta preocupada.

Levanto a cabeça e respiro fundo. Levanto-me do banco e começo a preparar nosso café da manhã, enquanto conto tudo o que aconteceu entre David e eu, ocultando é claro o nome Nicholas, que infelizmente saiu de minha boca. Ela até que insistiu para eu dizer o nome, mas consegui persuadir ela com outros assuntos, tipo seu ex ficante. Sei que ela está abalada com o que houve, mas não posso contar nada sobre minha fixação com aqueles olhos Castanhos e seu dono.

Horas se passam com Demi se lamentando e planejando a noite de hoje e quando dou por minha já está quase na hora do meu turno na livraria. Levanto-me num pulo e vou me arrumar para ultimo dia na livraria. Ai vai sentir saudades daquele lugar viu. Amo o tempo que passo ali. É uma delícia ver aquele povo todo se deliciando os livros.

Tomo outro banho rápido e me visto com pressa, coloco um look bem básico e calço minhas botas.
Deixo meus cabelos soltos, formando cachos grossos até minha cintura. Olho no relógio e faltam dez minutos para meu turno começar. Corro em direção a porta e Demi grita meu nome, me fazendo olhar para ela.

– Selly, vai com meu carro. - Ela diz e joga as chaves para mim, que as pego com agilidade.

– Valeu Lovato, lembre-me de consertar o Wanda depois. - Digo e ela revira os olhos.

– Que tal jogá-lo fora e comprar um novo? Não entendo porque não tem um carro decente, se você tem dinheiro para isso. - Ela diz e eu fecho a cara.

– Tchau para você Demi. E obrigada pelo carro. - Digo contendo a raiva e saio batendo a porta.

Poxa, Demi sabe que não gosto de falar desse dinheiro. Pra mim é um dinheiro maldito. Faz-me ter péssimas lembranças. Entro no carro e dirijo rapidamente até a livraria.

Estaciono e corro em direção a porta aberta, quando vejo que um cliente está segurando-a para mim entrar, percebendo meu desespero. Sorrio amavelmente e agradeço o bom homem.

Logo que entro na livraria dou de cara com Phill, que olha para o relógio em seu pulso em seguida me olha.

– Mocinha, chegou 5 minutos atrasada, vai ter que compensar ficando a noite inteira. - Ele diz, zombeteiro com seu sorriso galanteador.

– Ah por mim ficaria para sempre aqui, você sabe né. - Digo, colocando as mãos na cintura.

Ele se aproxima e me da um abraço de urso à la Phill. Tira-me do chão e me rodopia.

– Ai Aninha, vou sentir sua falta. - Ele diz melancólico.

– Calma Phill, não vou morrer e nem irei mudar de cidade. - Digo sorrindo, presa no seu abraço ainda.

Ele me põe no chão, pega meu rosto entre suas mãos e me analisa com a cara entristecida.

– Você vai fazer muita falta, sabe disso né? - Ele diz.

– Hey, é só você me visitar no meu novo trabalho. - Digo e aperto suas bochechas. - Agora será que posso começar a trabalhar? - Pergunto com um sorriso nos lábios e ele sorri de volta.

– Claro que pode, ou melhor, deve né mocinha. - Ele diz e logo em seguida me dá uma tapinha na bunda. - Ande logo menina, ta muito mole hoje hein, vou ter que te arrancar o couro é? - Ele diz brincalhão e eu gargalho.

– Nossa que patrão mau, esse o meu. - Digo zombeteira e ele ri.

Ando em direção aos meus afazeres, começando-os imediatamente. Preciso trabalhar bastante para não pensar.

As horas se passam e definitivamente, não tive descanso desde que cheguei. Como meu ultimo dia, até que está bem produtivo. Pego meu Blackberry no bolso para ver a hora, no momento em que ele começa a vibrar. Vejo o nome de Demi no visor e atendo rapidamente.

– Demi, está tudo bem? - Pergunto, preocupada.

– Esta tudo bem sim Selly, só liguei pra te pedir um favor. Você faz? - Ela responde com uma voz mansa.

– Depende, o que é? - Pergunto cética.

– Primeiramente, você me desculpa pelo o que falei hoje de manhã sobre o dinheiro ? - Ela pergunta e eu reviro os olhos.

– Sim, Demi, eu te desculpo. Agora pare de enrolar que o dia ta cheio hoje, e diga logo o que quer? - Pergunto, já sem paciência.

– Nossa quanta delicadeza. - Ela reclama e sorrio. - Selly, quero saber se você pode pegar um livro pra mim e trazer quando você vier para casa. Você pode? - Ela pergunta, mas ainda sinto um tom de enrolação nessa conversinha dela.

– Claro Demi, que livro que é? - Pergunto em modo automático.

– Ah é o Kama Sutra. - Ela diz com naturalidade.

– O que? - Eu praticamente grito ao telefone.

– Ai Selly, quer me deixar surda? Calma é só um livro. Pode trazer sim ou não? - Ela pergunta já sem paciência.

– Tá Demi, vou levar sua chata, não quero nem ver a cara do povo aqui quando me vir com esse livro na mão. Vou virar assunto aqui da livraria. - Digo rindo. - Agora preciso ir, tchau chata, beijos. - Digo, e encerro a ligação em seguida.

Vou diretamente para a ala de livros eróticos à procura do Kama Sutra. Olho livro por livro até achá-lo bem escondidinho. Pego ele e fico olhando para a capa, com uma curiosidade enorme. Olho envolta e não vejo ninguém na sessão dos eróticos. Resolvo dar uma olhadinha. Que mal tem?! Abro o livro e começo a olhar página por página e cada posição sexual. Ai quem me dera ter alguém para fazer todas elas. Sorrio com meu pensamento e mordo o lábio em seguida ao ver a ''posição do vai-e-vem''.

– Nossa, que coisa não - Digo pra mim mesma e mordo o lábio mais ainda.

Estou em completo transe com o livro quando uma voz já conhecida me tira dele, me fazendo sobressaltar e deixar o livro cair de minhas mãos.

– Que prazer revê-la Srta. Gomez. - Diz uma rouca que já conheço.

Olho para frente e o vejo mais lindo do que nunca. Ele está parado, me encarando com um sorrisinho sacana no rosto. Ruborizo na hora em que ele olha para o chão em direção ao livro. Olha-me de volta e se abaixa para pegá-lo. Ele volta sua atenção para o livro que caiu e permaneceu aberto na página em que eu estava. Em seguida fecha o livro e olha para a capa. Seu sorriso se tornou mais amplo e ele volta a me fitar com olhos tempestivos de algo, só não sei identificar se é de luxúria ou divertimento com minha cara totalmente corada de vergonha. Engulo em seco.

– Sr. Jonas, o que faz por aqui? - Pergunto, tentando disfarçar meu nervosismo.

Ele só me fita com seus olhos castanhos profundos e parece perdido em pensamento. Então volta sua atenção para o livro, ignorando minha pergunta.

– Acho que isso é da senhorita, ou estou enganado? - Ele diz me entregando o livro. Safado está se deliciando com minha cara.

Tomo o livro da sua mão e ignoro sua pergunta, igual à ele .

– O Senhor, deseja algum erótico em especial? - Digo, apontando para as prateleiras de livros.

Ele me olha surpreso, e em seguida dá um sorriso molha calcinha.

– Não preciso ler erótico senhorita. - Ele diz se aproximando de mim rapidamente e sussurra no meu ouvido. - Eu faço o meu erótico Selena. - Ele diz e meu nome sai de sua boca com promessas obscuras.

Tremo-me toda com sua voz rouca e baixa. Ele volta a me olhar nos olhos e dou um passo para trás, tentando ficar o mais longe dele possível, quando acabo pisando em falso. Arregalo os olhos quando noto que vou cair de bunda no chão na frente de ninguém menos que Nicholas Jonas, quando sinto as mãos de Nicholas em minha cintura, me amparando para que eu não caia.

Somos só olhares e respiração ofegante. Nicholas só me fita e eu retribuo o olhar. Permanecemos assim até que ele me solta, me endireitando.

– Tenha mais cuidado Srta Gomez. - Ele diz autoritário.

– Se o senhor não fosse tão atrevido, invadindo o meu precioso espaço eu não teria quase caído. - Digo e ele me olha incrédulo com o que acaba de escutar.

– Vejo que a senhorita tem uma língua bem afiada. - Ele diz, com a testa franzida.

– Não é questão de ser língua afiada, só estou sendo sincera ao relatar um fato que acabou de acontecer. - Digo, e ele continua com cara de bravo.

– Ora, ora, e ainda tem uma boca inteligente. - Ele diz.

Levo minhas mãos em minhas têmporas, tentando aliviar a dorzinha que se instalou ali.

– Olha senhor Jonas, você deseja alguma coisa? Se não, voltarei aos meus afazeres. - Digo impaciente.

– E por acaso, esse ''seus afazeres'' é ler o Kama Sutra? - Ele rosna, me fuzilando com os olhos.

Ruborizo totalmente, e logo sinto minha boca seca. Ah mais quem ele pensa que é para tirar satisfação comigo?! Abusado e intrometido. Ah senhor Jonas, hoje você me pegou em um mal dia. Tive uma noite de merda. Não dormi direito, e ainda perdi um amigo por sua causa. Ou melhor, dizendo, por causa de sua beleza né. -E que beleza, ui– Ronrona minha deusa interior. Pigarreio ignorando-a e parto para grosseria. Que se dane, hoje é meu ultimo dia aqui mesmo.

– Não é da sua conta. - Respondo petulante. Ele me olha incrédulo e logo em seguida cerra a mandíbula em um ato de raiva.

– Como é? - Ele rosna para mim.

– Como é digo eu. Quem você pensa que é para chegar aqui, vir me assediar, me dar ordens e depois tirar satisfação do que eu faço ou deixo de fazer? - Pergunto, já explodindo.

Ele fecha os olhos por um momento. Acho eu que está se contendo para não avançar sobre mim, pois está nítido em expressão facial. Ele abre os olhos e me lança um olhar gélido.

– Não vai falar nada? - Grito.

– O que está acontecendo aqui? - Ouço a voz assustada de Phil atrás de mim e fecho os olhos na hora.

– Responde senhorita Gomez. Acho que seu chefe está querendo uma resposta - Nicholas diz com sua voz mansa.

Engulo em seco e abro meus olhos lentamente. Vejo Nicholas e Phil, um ao lado do outro em minha frente, esperando minha resposta. Respiro fundo e permaneço calada. Mordo o canto da minha boca, diante do silencio que se instalou. Phil olha para nós dois e resolve acabar com o silencio.

– Senhor? - Ele pergunta à Nicholas e o encara, esperando alguma reclamação.

Olho impassível para ambos, tentando esconder meu nervosismo.

– Está tudo em perfeita ordem senhor... - Nicholas responde e espera Phil dizer seu nome.

– Davis, Phil Davis. - Phil se apresenta e Nicholas o interrompe.

– Então senhor Davis, está tudo bem. A senhorita Gomez é uma excelente funcionaria. - Nicholas diz com um sorriso nos lábios para o meu espanto.

– Ah isso tenho que concordar, Selena é excelentíssima. Praticamente uma joia rara. É uma pena que não a terei mais aqui. - Phil responde melancólico.

– Ah não? - Nicholas se surpreende e me olha esperando uma resposta.

Não digo nada, mas Phil resolve contar a minha vida.

– Não, hoje é o ultimo dia dela aqui. - Ele responde à Nicholas. Vira-se para mim e completa. - E já estou sentindo saudades viu. - Diz entristecido e me abraça.

Retribuo o abraço e vejo por cima do ombro de Phil, Nicholas nos fitando com raiva nos olhos. Afasto-me discretamente de Phil, que me dar um beijo na bochecha e se afasta de nós em seguida retornando à seus afazeres. Observo Phil andar até não tê-lo mais em meu campo de visão. Viro-me e encontro com um par de olhos castanhos fulminantes em cima de mim.

– Pelo visto, você tem muita intimidade com seu chefe. - Ele diz em tom de reprovação.

– Phil não é só meu chefe. É meu amigo também. - Digo impassível. - A propósito, porque não falou para ele que estávamos discutindo? - Cruzo meus braços, curiosa em sua resposta.

– Porque não estávamos discutindo. Você é quem estava gritando sem motivos. - ele responde naturalmente. Aproxima o rosto do meu e completa - E ainda me acusou de assédio. - Diz em tom zombeteiro.

Ruborizo, olhando-o envergonhada pelo meu ataque de pelanca. Ele se afasta rapidamente.

– E é melhor eu manter a distância. Vai que você resolve me denunciar. - Ele diz com um sorriso nos lábios.

Coloco as mãos no rosto mais envergonhada ainda, respiro fundo e tiro as mãos do rosto, olhando-o em seguida.

– Ai me desculpa? Fui super. grossa com o senhor, dando meu ataque de pelanca sem motivos e o senhor foi super. gentil comigo em relação ao meu chefe. - Digo, sem graça.

– Só desculpo se me atender gentilmente, daqui pra frente. - Ele diz levantando uma sobrancelha.

– Ta bom, e me desculpa também por acusá-lo injustamente ? - Digo coçando a cabeça.

– Dessa vez eu desculpo, mas não pode sair acusando as pessoas assim Selena. Isso é uma coisa muito grave. - Ele responde e me olha sério.

Ruborizo novamente e abaixo a cabeça, olhando para o chão.

– Eu sei. Não o farei mais. - Digo num assopro.

Sinto sua mão em meu queixo. Ele levanta meu rosto e me olha profundamente nos olhos por um tempo.

– Eu preciso fazer o certo. - Ele diz num sussurro sofrido.

Não entendo o que ele quis dizer com isso.

– E o que seria o certo. - Eu pergunto curiosa.

– Ir embora agora. - Ele diz simplesmente e seu olhar está distante.

Sinto uma pontada por dentro com a ideia de ele ir embora e não vê-lo mais. Por mais que ele me deixe nervosa eu o quero perto de mim.

– Por que ir embora seria o certo? - Pergunto num sussurro sofrido.

Ele me olha por um tempo ignorando minha pergunta e de repente tira sua mão do meu queixo, se afastando de mim. Sua postura se torna mais distante e seu olhar está impassível. Olho atônita para ele. Nossa que mudança brusca de humor.

– Então senhorita Gomez, que livros a senhorita gosta e me indica ? - Ele pergunta, entrando no modo cliente.

Olho para ele por um instante, tentando acompanhar suas mudanças. Olho pro livro em minha mão, em seguida olho para ele levantando o livro em sua direção. Ele sorri maliciosamente.

– A senhorita me indica o Kama Sutra?! - Ele pergunta para confirmar suas suspeitas.

Coloco uma mão na cintura, inclino a cabeça pro lado e sorrio.

– Bem, ponderando os fatos, estamos numa sessão de eróticos né?! - Ele olha envolta e assente com a cabeça.

– Então, esse é o um dos livros que posso te indicar dessa sessão. Para o senhor aprender ou aperfeiçoar algumas posições eróticas, quem sabe.. - Digo, dando de ombros me segurando para não desabar. Não creio que disse isso em voz alta.

Ele olha para mim e abre um sorriso de dentes branquinhos.

– Ah baby, se você soubesse - Ele sussurra, perdido em pensamentos.

Sorrio com seu comentário. -Ah senhor Jonas, que tal me contar tudo hein. Ou melhor, me mostrar. 

– Grita minha deusa interior e dessa vez concordo com ela. Com esse sorriso molha calcinha e um olhar que me faz entrar em combustão. Como esse homem é gostoso gente. Deve ser tão experiente na arte do sexo. Bem que poderia me ensinar tudo. Essas mãos, esse corpo. Ai.. Suspiro internamente.

– Senhorita Gomez? - Sou tirada do meu pensamento obsceno pela voz grossa de Nicholas.

– Sim, senhor Jonas?! - Pergunto atônita.

– Estava longe hein. - Suspiro com sua constatação e ele sorri. De repente seu sorriso murcha, dando lugar à uma carranca.

– A senhorita parece cansada. - Ele diz, pegando meu rosto entre suas mãos e analisando-o. - Precisa de descanso urgente. Seus olhos estão enormes e fundos - Ele diz preocupado e creio que seja pelas enormes olheiras que tenho no rosto da noite mal dormida.

– Nada que uma boa noite de sono não resolva. - Digo e abro um sorriso diante da sua preocupação comigo.

– Quando acaba seu expediente? - Ele pergunta.

Puxo meu celular do bolso, para olhar a hora e noto que são 4:00 da tarde.

– Há, tenho mais 2 horas de trabalho pela frente. - Digo e guardo o celular no bolso.

– Então, daqui a 2 horas você irá para casa e descansará. Está precisando. - Ele diz autoritário.

Olho incrédula para ele, que me fita impassível. Abro a boca para falar algo. Quem ele pensa que é?! Mas fecho-a em seguida. Prefiro não me aborrecer, não lhe devo satisfação da minha vida e também quando sair daqui ele não saberá, mas nada de minha vida.

Passo a hora seguinte mostrando os livros que gosto para Nicholas, que compra todos sem ao menos ver a capa. Só ouve minhas explicações dos livros, debate cada uma e ao fim é vencido pelo cansaço. E noto que a cada debate, ele me olha encantado. Não sei o porquê mais sei que está encantado com algo. Acho que duvidou que eu tenha lido tantos livros assim. E comprou todos os livros que li, principalmente os preferidos. Sinceramente não imagino um homem como Nicholas lendo esses livros. Tento imaginá-lo sentando em uma poltrona e lendo esses livros. Sorrio com a imagem em minha mente, enquanto guio Nicholas até o caixa. Depois de registrar e embalar as compras, digo o preço a ele que não se assusta. Literalmente ele comprou metade da livraria. Paga as contas, disca um numero em seu blackberry e fala rapidamente com alguém. Assim que desliga vejo um homem de terno preto entrando na livraria e vindo em nossa direção.

– Sr Jonas. - Ele diz a Nicholas e olha para mim. - Com licença senhorita. - Pega as compras e sai.

– Obrigada e volte sempre. - Digo e dou meu melhor sorriso de atendente à Nicholas .

Ele sorri e se vira para ir embora, quando de repente para e da meia volta.

– E Selena- Ele me encara.

– Sim? - Encaro-o de volta.

– Eu não negocio tão bem quanto você. - Ele olha fixamente para minha boca. - Talvez seja algo que eu precise exercitar. - Diz com a voz rouca e da seu sorriso de desmaiar minha deusa interior.

Nossa, o que foi isso? Que homem é esse meu Deus? Esse olhar e essas palavras deixaram, em minha mente, uma imagem completamente diferente. A imagem da boca de Nicholas exercitando-se na minha. Desses lindos lábios me provocando-me, seduzindo-me, da língua dele procurando a minha.

Achei melhor ficar calada. Limitei-me a observar Nicholas Jonas se afastar lentamente até desaparecer em meu campo de visão.



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Creditos Angel



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