Historia Nelena: Original Sin

Os Jonas viviam na mais completa paz. O amor reinava naquela casa. Rosalie, Diego, Johanna, Victoria, Théo e Suri eram a alma naquele lugar. Suri e Nicholas estavam muito apegados, uma vez que só viviam juntos. Escobar fora julgado, condenado, preso, e por fim, enforcado. Maite se casou com Henry dois meses após o jantar com Ricardo, em uma bela cerimônia. Ricardo não compareceu. Henry levou Maite quando voltou a Europa, e lá, eles só eram um casal de apaixonados. Maite engravidou 2 meses depois, agora possuía um barrigão, todos diziam que viriam gêmeos. Ela preencheu o vazio, e todas as expectativas de Henry, que agora, muito mais que nunca, era feliz. Encontrara o verdadeiro sentido do amor nos braços dela, e era plenamente correspondido.

Suri: Nicholas, que diabo, saia daqui! – Rosnou, mas Nicholas não deu atenção.

Nessa hora Selena gemeu novamente. Era uma manhã chuvosa, aquela. Estava entrando em trabalho de parto. Já estava pronta, em sua cama, com os cabelos devidamente presos por Demetria, e Nicholas estava a seu lado, segurando sua mão. Ela não queria que ele fosse. Também não queria que ele ficasse.

Nicholas: Suri, saia você. – Disse, tranqüilo. Por dentro ele estava remoendo em agonia. Ver Selena sofrer não lhe fazia bem algum.

Parteira: Está na hora do senhor ir, senhor Jonas. – Avisou, após aprontar as coisas com Rosa. Selena gemeu novamente.

Suri: Sabe que não pode ficar aqui, que teimosia! – Retrucou, cruzando os bracinhos.

Nicholas: Daqui eu não saio, daqui ninguém me tira. – Selena se agarrou a mão dele quando a contração voltou – Calma. – Murmurou no ouvido dela, beijando-lhe a pele em seguida.

Suri: Demônios, o tempo tá passando. – Avisou, como se ele não soubesse.

Selena: Eu... – Ela apertou a mão dele novamente – Eu quero que ele fique. – Disse, encarando a parteira.

Parteira: Mas... – Começou, confusa. Nunca fizera um parto onde o marido estivesse presente.

Nicholas: Eu vou ficar. – Disse, mais convicto que nunca, e apertou a mão dela de leve. Ninguém o tiraria dali.

Selena: Nicholas! – Gemeu, controlando outra contração.

Nicholas: Suri, saia daqui. Vá ficar lá embaixo, com Gregg e Joseph.

Suri: Quando ele desmaiar, não diga que eu não avisei. – Disse, olhando a parteira, e saiu.

Nicholas: Eu estou com você. Sempre. – Murmurou, se endireitando ao lado dela, de modo com que seu braço livre ficasse em volta do ombro dela, e a outra mão segurasse a da mesma. Selena gostou, se sentia segura ali. E assim seria.

Pra Nicholas era interessante saber o que se passava do outro lado da história, da fonte dos gritos, já que ficar do outro lado, sem saber, era ruim. Ele viu Selena se contrair e relaxar, simultaneamente. Viu todas as vezes que ela fez força. Ele a apoiou, todo o tempo, apesar de os gritos e gemidos dela serem o pior tipo de tormento que existia pra ele.

Parteira: Estamos quase. – Avisou, quando começou a ver a cabeça do bebê.

Selena: Tá difícil. – Disse, e duas lágrimas caíram do seu rosto, misturando-se ao suor.

Nicholas: Calma. Só mais um pouco. – Pediu, com os lábios colados a testa dela.

Selena encarou o marido, e ele viu a dor nos olhos dela. Murmurou um “já vai passar, eu prometo.” Sem som pra ela, que sorriu. Com ele ali era definitivamente melhor. Ele apertou a mão dela, dando-lhe apoio. Selena respirou fundo, e quando a contração veio, ela pôs toda a força que tinha pra baixo, mesmo que isso lhe causasse uma dor lancinante. A camisa branca que Nicholas usava já estava amassada, a parte onde tinha contato com a pele soada dela estava molhada, mas ele não deu atenção. A mão do mesmo já tinha pequenos pontos de sangue nascendo, onde as unhas dela se cravavam, mas ele mal sentia: só importava ela. Minutos depois ela se desabou no travesseiro, e soluçou de dor.

Nicholas: Selly, vamos! – Pediu, alisando o rosto dela. Selena não se moveu.

Nicholas encarou a parteira, e viu no olhar dela que só cabia a Selena. A loura parecia uma criança, encolhida ali, soluçando. Uma criança com medo.

Nicholas: Petit, olha pra mim. – Pediu, segurando o rosto dela. Selena o encarou com os olhos azuis atormentados. – Você consegue, eu sei. Não falta muito agora. – Selena soluçou novamente. Nicholas abaixou o rosto e selou os lábios com os dela, que estavam trêmulos. Depois murmurou “agora é sua vez.” Contra a boca dela, e voltou a se erguer.

Selena respirou fundo, encarou ele, e voltou a fazer força. Não demorou muito a parteira ergueu o bebê, todo ensanguentado, ainda preso ao cordão umbilical. Um lindo menino, saudável, que chorava desesperado pra vida. Selena desabou novamente no travesseiro, mas dessa vez se abraçou ao marido, que a abraçou de volta, e beijou seu cabelo.

Parteira: Aqui está. – Disse, após solta-lo do cordão umbilical e enrola-lo numa mantinha branca, entregando-o a Nicholas.

Nicholas abaixou o menino perto de Selena, para que ela pudesse ver o motivo de toda a dor que sentira. Ela sorriu entre lágrimas, olhando o filho, depois olhou o marido, que tinha o rosto completamente tomado por um brilho diferente. Talvez emoção, orgulho, amor, ela não sabia dizer. Os dois ficaram ali, juntos, olhando o menino que, assim que parou no colo do pai, parara de chorar.

Selena: Esse tem o seu cabelo. – Comentou, rouca, tocando a leve camada de cabelinhos do menino. Eram de um castanho escuro, tal como o pai.

Nicholas: Aposto que terá os seus olhos. Uma Rosalie completamente invertida. – Brincou, e ela riu de leve – Eu amo você. – Selena assentiu, com os olhos se enchendo de lágrimas de novo, e ele se abaixou, beijando-a levemente.

E não havia felicidade maior no mundo.