Acordei na manhã seguinte de mau humor. Fui até o
banheiro do meu quarto, tomei um banho quente e coloquei uma roupa de frio.
Desde a noite passada nevava em NY.
Tomei o café da manhã sozinha, no fundo, eu achei
melhor Nick não estar lá, evitaria um clima desconfortável entre nós.
–– Senhora. – Martha me chamou.
–– Oi, Martha. Bom dia. – eu não precisava descontar o
meu mau humor em ninguém.
–– Bom dia, senhora. – ela sorriu. – O Sr. Nicholas
deixou isso para a senhora. – ela entregou-me uma carta.
–– Obrigada. – peguei a carta das mãos delas.
–– Com licença.
Eu já havia acostumado com as pessoas daquela casa me
chamando de senhora, cheguei a pedir diversas vezes para me chamarem pelo nome
ou de você, mas não deu muito certo.
Respirei fundo e abri o envelope.
“Selena,
Tive que fazer uma viagem para Miami. A empresa não
vai muito bem, pois os acionistas estão me pressionado. Volto em breve, aí
conversaremos.”
Sim, eu fui embora antes que ele pudesse falar comigo.
Por alguma razão, eu me sentia muito humilhada para ter qualquer conversa com
quem quer que fosse.
(...)
Na manhã seguinte, acordei cedo, arrumei minhas malas
e peguei o primeiro voo para New Jersey. Já fazia um bom tempo que eu não via
Demi, então quis aproveitar aquela oportunidade para visitar a minha amiga em
paz. Depois que ela teve o bebê, eu ainda não tinha tido tempo para ir
visitá-la. Se ainda a conheço bem, deve estar querendo me matar.
Eu tinha ido ao casamento da Demi e do Joseph. Tinha
sido uma cerimônia linda e eu realmente poderia dizer que naquele casamento
tinha amor, ao contrário do frio casal de padrinhos, Nick e eu.
Será muito difícil, mas eu quero o antigo Nick de
volta. Aquele Nick do colégio, mesmo que tenha sido fingindo, que cuidava de
mim, que era engraçado... Depois de tudo que havia acontecido, resolvi parar de
me culpar, parar de culpá-lo, parar de culpar qualquer um. Eu só queria aquele
amor de volta... O meu amor.
–– Selly! – Demi veio correndo até mim, assim que eu
desembarcava. – Ai, que saudades, amiga.
–– Pensei que você estaria querendo me matar. – eu
desconfiei, enquanto entregava a minha mala para Ricardo, que a colocava no
porta-malas do carro.
–– Que é isso, Selly. Não temos tempo para isso, a
vida é curta para ficar remoendo o passado. – a frase da minha amiga me tocou
no mais profundo do meu coração. De repente, aquilo me fez refletir. Se eu não
tivesse me martirizando com o passado, talvez tudo tivesse sido diferente.
–– Cadê a sua filha? – eu estava ansiosa para ver a
filha dos meus amigos, quem diria que aqueles dois do colégio estariam casados
e com uma filha?
–– É menino, Selly. – Ricardo disse sorrindo freando
no sinal. – O ultra-som tava errado.
–– A gente já tinha comprado tanta coisa rosa. – os
dois sorriram. – Bem, tivemos que trocar a maioria.
–– Droga, eu te dei um berço rosa. – lamentei-me. –
Quer que eu troque?
–– Não, eu dei um jeito nisso. – Ricardo parecia ter
realizado o feito do século. – Chegamos.
Demi praticamente me puxou de dentro do carro,
arrastando-me para dentro da sua mais nova casa de boneca. A nova casa era
linda, era inteiramente pintada de amarelo e tinha um jardim gracioso na
frente. O interior da casa era ricamente adornado, desde o mais simples até
partes com um toque de luxo.
Subimos as escadas correndo e ela abriu uma porta
levemente como que para não acordar alguém. Vi-a aproximar-se lentamente do
berço azul – deduzi que Joseph realmente deu um jeito – e olhar carinhosamente
para o bebê, que estava dormindo ali. Aproximei-me lentamente e espiei por cima
do ombro de Demi, senti meus olhos se encherem de lágrimas. Lá estava ele, um
dos bebês mais graciosos que eu já tinha visto, e era da minha amiga, nunca eu
tinha imaginado isso.
–– Minha mãe ficou cuidando dele. – ao se referir ao
filho, ela tinha tanto carinho emanando na voz. – O que foi, Selly? – ela olhou para mim e me viu a ponto
de chorar.
–– É que... – não contive, as lágrimas rolaram por
minha face. – Ele é tão lindo.
–– Ai, Selly, nem sei como descrever. – ela se sentou
na poltrona perto da janela. – É uma sensação indescritível, nunca pensei que
ia amar tanto uma pessoa assim.
–– Imagino como é... – uma amargura se apossou da
minha voz.
–– Por que essa cara?
–– É que acho que nunca vou ter isso. Essa felicidade,
sabe? – olhei pela janela admirando a vizinhança. – Minha vida é uma bagunça,
uma verdadeira farsa.
–– Percebi que essa coisa com Nick não era de verdade.
– eu nunca poderia mentir para ela. – Mas eu sinto que ele te ama e digo o
mesmo de você.
–– É... Amo. Mesmo depois de tudo, sou uma idiota
mesmo.
–– Não é. Amar não é ser idiota. – ela suspirou. – Se
você quiser, tenho certeza que pode fazer tudo dar certo. – ela se levantou e
ficou ao meu lado. – Prometa-me que não vai desistir.
–– Eu prometo. – eu sorri e a abracei.
Comentem
Beijonas
Creditos Danny
Posta mais 1 pllllllz
ResponderExcluirAmei
ResponderExcluir