quarta-feira, 23 de abril de 2014

Capitulo - 39 II Temporada + (3.6)

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Quando eu vi os primeiros raios de sol entrar pela janela, levantei-me devagar, fui até o closet e peguei uma blusa de manga comprida e gola alta, peguei uma saia comprida e um sapato baixo. Corri até o quarto de visitas e tomei um banho no banheiro de lá.

Eu não conseguia fazer aquelas lágrimas pararem de descer dos meus olhos e aquela maldita dor no meu coração. Aquela cena sempre vinha na minha cabeça; isso me deixava angustiada.

Lavei o cabelo e esfreguei minha pele com força, eu queria tirar o cheiro dele de mim, parar de sentir o toque dele. Saí do banho e me olhei no espelho, meus olhos estavam inchados.

Vesti a roupa rápido e chamei um táxi, eu não queria ter que pedir para o motorista me levar em algum lugar, com certeza me encheria de perguntas. Fui para o único lugar que me ajudariam.

–– O que aconteceu, Selly? – Zac me questionou espantando, quando abriu a porta. – Você está bem?

–– ‘Tô sim. – tentei mentir, mas era óbvio que eu não estava bem. – A Samatha está?

–– Ela ‘tá lá em cima. – ele deu espaço para eu entrar.

–– Posso subir?

–– Claro, vai lá.

Subi as escadas o mais rápido que consegui, eu precisava falar com alguém, desabafar com alguém. Assim que entrei no quarto, Samatha vinha saindo do closet com um vestido na mão, ela me olhou e eu senti que ela sabia o que tinha acontecido.

–– O que aconteceu? – eu não consegui dizer uma palavra, apenas comecei a chorar descontroladamente. Samantha veio até mim e me abraçou como se quisesse dizer que estava ali para me ajudar. – Consegue contar agora?

–– S-Sim... – sentamo-nos na cama, respirei profundamente antes de começar. – Sabe, ontem... O Nick... – minha voz não saiu, era difícil falar daquilo sem me lembrar da cena. – Ele...

–– Nem precisa terminar,  Selly. – ela colocou a mão no meu ombro. – Acho que sei o que houve. – abracei-a com força, nesse momento eu precisava de ombro amigo, alguém com quem desabafar.

–– Eu não conseguir o fazer parar... – acho que nunca tinha chorado dessa maneira, e olha que já chorei muito.

–– Olha, Selena, sou sua amiga, mas você sabe que eu sou muito sincera. – ela partiu do abraço e sentou-se na cama, sentei de frente para ela. – Ele não tinha o direito de fazer isso e eu sei do que eu ‘tô falando porque isso já me aconteceu.

–– Já? – fiquei surpresa.

–– Quando eu casei com o Zac, eu não o amava, eu o odiava. Um dia, ele chegou em casa e me forçou. Odeio admitir, mas isso acontece em algumas famílias ricas; homens poderosos não gostam de receber não. – vi os olhos dela marejarem. – Acontece que eu não amava o Zac, mas eu não podia fazer nada. Mas você ama o Nick.

–– Não entendi... – eu estava confusa.

–– Eu estou dizendo que, se era inevitável, você devia ter aproveitado, não tentado fugir. – o que ela me disse foi como uma bofetada na cara, eu não queria ouvir aquilo, embora fosse verdade. – Desculpe-me se fui honesta, mas você tinha uma escolha.

–– Eu não consegui. Algo me travou. – abracei minhas pernas. – Não sei se ainda consigo olhar pra ele. – olhei para a parede. – Nem sei se consigo fazer isso de novo.

–– Eu sei como é, mas não é ruim, só foi de um jeito ruim. – ela pegou um porta-retratos que estava em cima do criado-mudo. Na foto, estavam Zac e ela abraçados, pareciam estar muito felizes. – Eu tentei de novo e deu certo. Agora, eu amo o meu marido e eu nem o amava antes. Imagine você que ama o Nick.

–– Talvez... Mas agora eu não posso. – joguei-me na cama encarando o teto.

–– Vem, vamos ao médico.

(...)

Nick me ligou o dia inteiro, mas eu ignorava todas as chamadas, eu não queria falar com ele. Ainda não estava pronta para isso. Provavelmente, assim que eu o visse, eu começaria a chorar ou, em um surto, tentaria matá-lo.

Samatha me levou a um médico e, pelo o que o médico disse, eu estava bem. Dei um nome falso, pois algo poderia ir parar na imprensa, e isso não era a melhor opção no momento.

–– Acha mesmo que pode ir para casa? –  Samantha me perguntou receosa na entrada de minha casa.

–– Sim, ele provavelmente não está em casa. – eu suspirei descendo do carro. – E, mesmo assim, eu teria que enfrentá-lo em algum momento. – eu me fazia de forte, mas, no fundo, eu tinha medo.

Caminhei lentamente até a porta da frente, parecia que eu estava caminhando para a forca. Na frente das escadas, havia um caminhão grande de mudanças, algumas das funcionárias da casa auxiliavam o pessoal da mudança.

–– O que está acontecendo? – perguntei a Martha, a governanta na casa.

–– O Senhor Jack vai se mudar. – senti alívio e angústia ao mesmo tempo. Sem o Jack lá, eu ficaria sozinha com o Nick.

Sem falar nada, entrei em casa e fui direto para o quarto, a cama estava perfeitamente arrumada. Não consegui me controlar; as lágrimas rolaram por meu rosto, assim que olhei aquele quarto. Respirei fundo e me controlei.

Fui rápido até o closet, peguei duas malas grandes e comecei a jogar minhas coisas ali dentro, queria arrumar tudo rápido e poder sair dali antes que ele chegasse. Nunca mais ele me veria, pois eu faria questão de nunca mais olhar na cara perfeita dele de novo.

Bem... Tenho que admitir que me odiava por, mesmo depois de tudo, ainda o amar. Que tipo de amor é esse que me consome desde o colegial? Que amor é esse que, mesmo sofrendo, eu não consigo apagá-lo? Mesmo sendo odiada, mesmo não sendo amada, eu ainda o amo com mais e mais força?

–– Você está indo embora? – Nick estava parado na porta do closet, me encarando enquanto eu jogava as minhas roupas de todo jeito dentro da mala. – A gente precisa conversar. – eu não me dei ao trabalho de responder. – Para, Selena! – ele fechou a minha mala, impedindo que eu jogasse mais alguma coisa ali.

–– O quê? Vai me obrigar a ficar aqui para fazer o que quiser?

–– Não... Por favor, me escuta!

–– Eu não quero escutar, não quero falar, não quero nem olhar pra você. Eu tenho nojo de você. – algumas lágrimas desceram por minha face, enquanto eu apertava com força o vestido em minhas mãos.

–– Por favor... Perdoa-me por tudo... Eu não queria, eu... – eu via que ele estava arrependido, cheguei até a ver que a culpa não era só dele, mas eu não conseguia parar de sentir nojo dele naquele momento.

–– Engraçado, não foi isso o que pareceu! – eu joguei o vestido no chão.

–– Eu te fiz mal e eu nunca vou me perdoar por isso. Eu fiquei fora de controle quando eu te vi tão linda! – ele colocou a mão no meu rosto, automaticamente, afastei a mão dele do contato com minha pele.

–– Fique longe de mim! – eu gritei.

–– Tem muita coisa em jogo aqui. – ele passou as mãos no cabelo nervoso. – Eu juro que nunca mais encosto um dedo em você. – ele respirou fundo. – Nunca mais. Jack vai se mudar, então, podemos ficar em quartos separados e você nem precisa olhar para mim, contanto que, em público, nada mude.

–– O dinheiro é tão importante para você? – eu o ataquei com aquelas palavras. Ele olhou-me com aqueles olhos penetrantes.

–– Não tem nada a ver com o dinheiro. – eu fiz menção de rir, mas me calei. – Eu não posso deixar tudo o que meu pai construiu para o parasita do meu tio.

–– Você não é tão diferente dele. – eu sentia uma dor, uma amargura dentro de mim.

–– Quando tudo isso terminar, você pode ficar com ele se quiser. – eu sabia que ele não falava isso sério.

–– Tudo bem, eu fico. – continuei a jogar as roupas dentro da mala. – Eu fico em outro quarto, pode ficar com esse.


(...)



Beijonas
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Creditos Danny

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