–– Você já vai saber. – ele sorriu olhando pela janela. O assassino
profissional com certeza havia chegado.
Ouvi alguém bater de leve na porta, Nick caminhou até lá e a abriu. Um
senhor entrou no quarto, ele segurava uma maleta de couro e usava um terno.
Parecia ser um simpático velhinho, devia ser algo para disfarçar o seu
verdadeiro trabalho.
–– É ela. – Nick apontou para mim. – Eu vou sair. – Nick saiu do quarto e
me deixou sozinha com o velhinho.
–– Tudo bem, querida, não vai doer nada. – ele disse vindo em minha
direção, enquanto abria a maleta. Fechei meus olhos, só sentir a dor já seria o
suficiente, eu não precisava vê-lo empunhando a arma e depois, ver o sangue se
espalhar por minha roupa. Era melhor morrer sem detalhes.
Abri os olhos quando senti uma liga sendo amarrado no meu braço. Encarei
o senhor que tirava uma agulha da maleta, em seguida, ele segurou meu braço e
procurou por uma veia. Vi a agulha entrar lentamente no meu braço e, em
seguida, começar a encher com o meu sangue. Quando o senhor terminou, ele
guardou a amostra em sua maleta e jogou a agulha no lixo do meu quarto mesmo.
–– Prontinho. – ele disse sorridente, não consegui retribuir o sorriso,
mesmo estando aliviada por não ter tomado um tiro. Nesse momento, me senti uma
idiota ao pensar que aquele senhor era um assassino profissional.
O senhor saiu deixando-me sozinha no quarto, joguei o meu corpo para o
lado deitando parcialmente na cama. Fiquei por minutos encarando a porta, eu
podia ver as sombras se movimentando em frente ao meu quarto, escutava a voz do
Nicholas bem longe e também escutava a voz do senhor que acabara de sair do meu
quarto. Fechei meus olhos para pensar melhor, não percebi que acabei dormindo,
mesmo naquela posição incômoda.
(...)
Perdi totalmente a noção do tempo. Quando abri meus olhos novamente, o
quarto estava escuro. A única luz que iluminava o ambiente era a luz da lua que
entrava pela varanda. Olhei para o relógio no criado-mudo, que marcava
21h30min.
Levantei-me da cama com um pouco de dificuldade, fiquei aliviada por já
poder andar sozinha, embora ainda sentisse o corpo doído e a cabeça, latejando.
Tirei o casaco e o joguei no chão do quarto, enquanto eu caminhava para o
banheiro do meu quarto e despia todas as peças de roupas que eu usava.
Meu corpo relaxou quando a água quente do chuveiro caiu sobre minha
pele, era como se toda aquela confusão estivesse sendo lavada e corresse em
direção ao ralo. Tomei um susto quando me olhei no espelho, meus olhos estavam
vermelhos e meu rosto, um pouco inchado devido ao choro.
Coloquei a calça do meu moletom e uma regata leve, me joguei na cama e
percebi que eu estava com fome. Resolvi descer para comer algo, mas não consegui
sair do quarto, a porta estava trancada, tentei abrir, mas nada adiantou. Bati
na porta com força e gritei para que alguém abrisse, mas minha única resposta
foi o silêncio.
Sentei-me na cama abraçando minhas pernas. Nick havia me trancado no
quarto para que eu não saísse. Ele tinha sido muito brando comigo, era óbvio
que ele faria algo mais tarde. Mas eu ainda não entendia o porquê daquele
senhor ter vindo coletar o meu sangue.
Depois de meia hora sentada na mesma posição e estar quase desmaiando de
fome, deitei-me virada para a porta, encarando a mesma como se fosse a coisa
mais interessante do mundo. Meus cabelos molhados estavam espalhados na cama,
quase secando. Isso era uma prova de que eu já estava ali há muito tempo. Olhei
o relógio, 23h 48min.
Eu já estava pegando no sono mais uma vez quando escutei passos, abri os
olhos a tempo de ver a porta ser aberta. A luz do corredor refletiu em meu
rosto fazendo-me cerrar os olhos.
–– Trouxe algo para você comer. – Nick disse entrando no meu quarto. Ele
colocou a bandeja em cima de um móvel e fechou a porta novamente. – Deve estar
com fome. – eu permaneci deitada, encarando-o.
–– Por que você me trancou? – eu disse simplesmente. – Sabia que eu
estou quase morrendo? – eu aumentei um pouco só pra ver se ele sofria um pouco.
–– Desculpe-me por isso. – eu não sentia mais aquela raiva na voz dele,
era quase como se nada tivesse acontecido. – Acho melhor você sentar para
comer. – sentei-me na cama com certa dificuldade, enquanto ele trouxe a bandeja
para mim.
Nick colocou a bandeja de comida na minha frente e, mesmo estando
morrendo de fome, eu não ataquei a comida. Comi devagar e delicadamente, seja o
que for que ele estivesse fazendo, eu não queria dar nenhum gostinho para ele.
Tomei um copo de suco de morango e então, eu estava satisfeita.
Sem falar uma palavra, Nick tirou a bandeja da minha frente e saiu do
quarto. Corri até a porta, mas ele já havia a fechado. Bati na porta
desesperadamente.
–– Nick! – eu gritava. – Me tira daqui, caramba! Isso não tem graça.
(...)
Tamos Chegando a Reta Final Últimos Capitulos
Comenetem
Beijonas
Creditos Danny