quinta-feira, 23 de outubro de 2014

XXXIX - Amor Obscuro

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Momentos se passam, que para mim parece uma eternidade, e nada acontece. Só sinto os lábios nojentos de Tony em minha pele, enquanto eu choro copiosamente, implorando para que alguém apareça. Não posso deixar isso acontecer novamente. Preciso fazer algo! Mas minha cabeça dói tanto, meus olhos estão desfocados. Só sinto a dor me exaurir pouco a pouco. Tomo um pouco de fôlego e grito o mais alto que consigo, ignorando a dor em meu maxilar.
– O QUE É ISSO! - Um grito estridente adentra em meus ouvidos como resposta.
Esforço-me para me lembrar dessa voz um pouco familiar, mas logo passos apressados tomam conta do recinto e sinto um alívio imediato ao sentir que um peso sai de cima de mim. Arrasto-me fracamente até um canto da parede e forço meus olhos para enxergar melhor o que se passa. De repente tudo se transforma em um caos. Ouço barulhos de lutas corporais e com minha visão ainda um pouco turva vejo um Jack possesso desferir socos em Tony.
– Que merda você pensa que está fazendo, seu filho da puta! - Jack rosna.
Em um movimento, Tony consegue escapar dos socos de Jack e assim desfere um em sua barriga, fazendo Jack se curvar de dor. Encolho-me o máximo que consigo ao ver Tony ir para cima de Jack e grito para que mais alguém apareça. Com resposta aos meus gritos, vejo um Taylor descer as escadas em um piscar de olhos e se juntar a briga. Assisto horrorizada a tudo. Levo minhas mãos trêmulas aos meus ouvidos, na tentativa de acabar com os zumbidos e fecho meus olhos, apertando bem minhas pálpebras, enquanto as lágrimas caem incessantemente...
– Selena, você está bem ? - A voz preocupada de Taylor me tira de meu transe, fazendo com que eu abra meus olhos.
Encontro seus olhos tristes e mais lágrimas caem de meus olhos. Engulo em seco e tento dizer algo, mas não consigo. O nó em minha garganta não me deixar emitir qualquer som.
– Estava voltando para pegar uma coisa que esqueci em minha sala, quando ouvi gritos e segui o rastro. Foi quando abri a porta de acesso as escadas e encontrei esse canalha em cima da Selena. - Jack rosna.
Olho para o lado em que ele se encontra com a respiração ofegante, ao lado do corpo de Tony, que está estirado no chão.
– Ele está morto ? - Pergunto com a voz trêmula, apontando para Tony.
– Não. - Taylor responde rapidamente. – Ele só está desmaiado. - Abre um mini sorriso e sei que é para me confortar. Em seguida ele tira o paletó e coloca-o a volta de meus ombros, me cobrindo as partes semi nuas. Envolvo-me mais nele, apertando-o contra mim. – A polícia já está a caminho. Vai ficar tudo bem! - Diz e aperta meus braços levemente para me confortar. Estremeço com esse toque e ele parece perceber, pois tira suas mãos de cima de mim.
– Esse filho da puta merece apodrecer na cadeia. - Jack rosna, olhando para o corpo de Tony.
Olho novamente para Jack e adiante dele vejo dois seguranças noturnos do prédio. Quando foi que eles apareceram que eu não vi ?
– Eu quero ir para casa. - Peço num fio de voz.
– Nós já vamos, Selena. Mas primeiro precisamos ir ao hospital. - Taylor diz, olhando seriamente para o ferimento em meu rosto. Tenta passar a mão levemente nele, mas esquivo-me de seu toque e ele retira a mão rapidamente.
– Eu estou bem, eu só preciso ir para casa. - Suplico.
– Podem ir. Eu fico para esperar os policiais e dou meu depoimento. - Jack diz e se aproxima lentamente.
Ele se agacha ao meu lado. Fixo meus olhos no chão depois de ver seu olhar de pena. Ele tenta passar a mão em minha cabeça, mas rapidamente me esquivo. Estou muito suja para que alguém me toque.
– Oh, Selly!! O que esse canalha fez com você... - Jack lamenta. – Como ele pode.... Justo com você. Uma garota boa e doce, que não faz mal a ninguém...
Não digo uma palavra. Fecho meus olhos, esperando que esse inferno acabe logo. Permaneço nesse estado, que denominam como estado de choque, até que passos fortes se aproximam. Abro meus olhos e vejo que os policiais já chegaram. Entre lágrimas e soluços, conto tudo o que aconteceu, antes de Jack aparecer, aos policias. Eles tentam parecer impassível, mas percebo que olham atento aos meus pequenos movimentos. Tony acorda de seu desmaio e começa a me insultar com palavras de baixos calão.
– Chega! Chega dessas perguntas, creio que ela já respondeu o suficiente para fazer esse imbecil morrer na cadeia. - Taylor diz rispidamente aos policias assim que me fazem outra pergunta intimidante. – Vou levar a senhorita para casa. - Ele se abaixa, pega minha bolsa e me pega no colo.
Tento reprimir um gemido de dor ao sentir meus membros reclamarem, mas falho. Taylor me olha preocupado e começa a descer as escadas. Assim que chegamos a faixada do edifício, escondo meu rosto no ombro dele, apesar da dor. Não quero que alguém veja meus rosto. Ele abre a porta traseira com uma mão e cuidadosamente me coloca no banco. Devolve minha bolsa e olha para mim.
– Tem certeza que não quer ir ao hospital ? O senhor Jonas não vai gostar de saber que ..
– Quero ir para minha casa e só isso! - Interrompo-o, resignada e olho para frente.
Ele pensa por longos segundos, mas se conforma e fecha a porta exasperado. Durante o caminho todo para casa, olho fixamente para frente, ignorando os olhares preocupados de Taylor pelo retrovisor. Seguro ao máximo as lágrimas e tento pensar em outras coisas, mas minha mente fica em branco. Logo, Taylor estaciona em frente ao meu prédio e abro a porta para sair. Coloco um pé pra fora, reclamando mentalmente da dor em meu corpo e saio do carro. Foco em me manter em pé e seguir para dentro do prédio, sob os olhares atento de Taylor.
– Selena, deixa que eu te levo. - Informa e pega-me no colo novamente.
Protesto, mas ele ignora e segue seu caminho compenetrado. Assim que entramos em meu apartamento ele me coloca no chão.
– Obrigada, Taylor.
Em resposta, ele abre um meio sorriso complacente. Em todo esse tempo nunca vi Taylor sorri tanto como hoje. Coitado! Está tentando de tudo para me manter bem, mas é impossível. Sinto como se um trator tivesse passado por cima de mim, esmagando-me fisicamente e emocionalmente. Olho ao redor do apartamento e vejo que está tudo vazio. Demi deve estar no apartamento de Joseph. Hoje é sexta e ela sempre dorme lá às sextas. Sigo em direção ao meu quarto e assim que fecho a porta do banheiro atrás de mim, começo tirar minhas roupas, fazendo tudo no automático.
Entro no box e ligo o chuveiro no frio, entrando embaixo dele em seguida. Sinto a água gelada bater em meu corpo dolorido e respiro pesadamente. Escorrego até sentar no chão e abraço minhas pernas, trazendo-as até meu peito. Deixo a dor de meu corpo e de minha alma me atingirem em cheio e desabo. Fecho meus olhos, sentindo as lágrimas quentes que escorrem por meu rosto se misturarem com o gelado da água, liberando toda minhas dor, minha raiva, minha amargura.
Porque tem que acontecer isso comigo novamente? O que eu fiz de tão ruim para merecer isso? Porque eu tenho que ser essa pessoa impura, que os homens me fazem ser? Porquê? Porquê ? Não é justo isso! Quero sumir e esquecer de toda essa merda. Quero minha mãe aqui comigo, como nos velhos tempos. Quero... quero ... Nicholas! Meu Deus, não pensei em Nicholas! Como será que ele vai me olhar quando souber ? Será que vai me rejeitar ? Será que vai ter nojo de mim ? Oh não! Isso não, por favor senhor.. 

{...}

– Selly? - Ouço uma voz masculina me chamar.
Abro os olhos um pouco sonolenta e olhei para um borrão atrás do vidro do box. Apoio a mão na porta e deslizo-a devagar, olhando para um borrão de um homem que parece ser Nicholas, ou pelo menos eu acho. Ele parece preocupado.
– Hm? - Pisco os olhos algumas vezes, pois a água me impede de ver direito.
– Cristo! Selly... - Ele se abaixa e eu vejo-o com mais clareza.... É Nicholas!
O que ele faz aqui ? A quanto tempo estou nesse box ? Será que já é outro dia e eu não percebi ? Forço meus olhos para enxergá-lo melhor e noto que está com o rosto tensionado, mas seus olhos diz tudo... está horrorizado com o que vê. Devo está bem acabada, pois nunca vi Nicholas com os olhos pulando para fora, praticamente. Já o vi de todas as maneiras possíveis, mas não dessa maneira, com essa intensidade no olhar.
– Por que você está sentada aí? Taylor me disse que faz mais de meia hora que você está aí...
– Acho que eu dormi... - Olho atônita, ao meu redor.
– Sai daí...Vai ficar doente. - Diz, entrando no box e desligando o chuveiro. Encolho-me todinha com o frio que aparece de repente, fazendo-me tremer. Olho para cima, me deparando com o olhar de Nicholas. – Vem! - Ele se abaixa e tenta me pegar pelos ombros, mas empurro suas mãos.
– Não pegue em mim! Eu estou suja!
– Selly! - Diz mais horrorizado. – Você não está suja, baby! Vem comigo..
Ele me levanta pelos braços e tenta me abraçar, mas debato, ignorando a dor de meu corpo.
– ME DEIXA! - Grito, enquanto tento me livrar de seus braços. – Não me toque, já disse que estou suja! - Tento mais uma vez me esquivar, mas a dor é mais forte do que eu e acabo desistindo. Caio aos prantos e Nicholas me abraça com força, me puxando de volta para o chão molhado sem se preocupar em molhar sua roupa, sentando-me em seu colo.
– Shhhh... calma, baby! - Ele me aninha em seu peito e cada vez mais os soluços tomam conta de mim. – Você não está suja. Você limpa e pura como sempre você foi para mim. - Me embala levemente em seus braços. – Eu te amo, baby! Estamos nessa juntos e vamos sair dela junto, você vai ver.... Você é forte! - Ele sussurra em meu ouvido e acaricia meus cabelos.
{...}


Não sei direito quanto tempo se passou, só sei que estou totalmente vazia. O choro de antes não existe mais. Não há se quer lágrimas em meu ser, que eu possa derramar. Meu corpo está dormente e pesado.
– Baby, vamos sair daqui antes que você fique doente. - A voz de Nicholas interrompe o silêncio.
Ele espera, mas não respondo. Não consigo emitir qualquer palavra. Minha garganta está seca de tanto que chorei. Então, ele se levanta comigo em seu colo e me leva até o quarto. Me põe de pé ao lado da cama e segue em direção ao closet. Segundos depois volta com uma roupa de dormir e duas toalhas seca. Enrola uma em meu cabelo e com a outra, seca meu corpo com cuidado. Sua mão para abaixo de minha costela e noto que está com o cenho franzido. Sigo seu olhar e vejo uma mancha roxa aonde sua mão está parada. Deve ter sido na hora em que cair da escada. Não digo nada e ele volta com seus movimentos, mas sempre parando ao ver uma mancha.
– Sente-se, baby. - Diz, após me secar e assim eu o faço.
Ele começa a me vestir com as roupas que pegou, lentamente.
Em seguida, tira a toalha de meus cabelos e seca-os com a mesma, logo depois pegar uma escova de cabelo em cima da cômoda. Senta-se atrás de mim, de modo que fico no meio de suas pernas e começa a pentear meus cabelos carinhosamente. Permaneço imóvel, tentando ao máximo não encostar nele. Parecendo perceber isso, Nicholas larga a escova e me abraça por trás, puxando-me para seu peito. Enrijeço meus membros com esse toque, mas relaxo minuciosamente quando ele deposita beijos ternos em minha bochecha.
– Não me rejeite, baby. - Balbucia em meu ouvido.
– Desculpe, eu ... eu ... - Tento encontra palavras pra dizer o que sinto, mas não consigo.
– Eu sei... Shhhh... - Ele diz e acaricia meus braços com suas mãos enormes. Respiro fundo e fecho meus olhos, deixando me levar pelos carinhos de Nicholas, conseguindo relaxar. – Isso! Assim ... - Diz em meu ouvido.
Jogo a cabeça para trás, encostando-a em seu ombro, aproveitando mais e mais dele. Suas mãos sobem e descem pelos meus braços, mas sinto que para ao mesmo tempo em que faço uma careta de dor, quando elas atingem meu pulso.
– Dói ? - Sinto a aflição em sua voz.
– Um pouco. - Respondo baixinho.
– Você tem marcas pelo corpo todo. - Diz. Abro meus olhos para encará-lo e assinto de cabeça.
– Eu imagino que esteja. - Vejo-o fechar os olhos e engolir a raiva que cresce dentro de si.
– Porque você não quis ir ao hospital com Taylor ? - Sua voz soa tranquila, mas sei que está se contendo para não brigar.
– Eu estou bem. Daqui uns dias a dor acaba e as marcas saem.
– Selly, e se você quebrou alguma coisa ? Vamos ao hospital agora! - Tenta se mover para levantar, mas pego suas mãos entre as minhas, fazendo-o parar subitamente.
– Eu não quero que me vejam nesse estado. Eu já passei por isso uma vez e não quero repetir esse episódio. Dá outra vez eu tive que passar por perícia, por delegacia, julgamento, por tudo mais... Não quero isso para mim de novo, Nicholas. Já basta ter que aguentar os olhares daqueles policiais hoje. - Digo friamente.
– Oh, Selly - Ele beija minha têmpora e me abraça mais. – Eu nunca vou me perdoar por isso ter acontecido isso com você e eu não estava aqui. - Sinto a dor emanar de sua voz.
– Você não tem culpa, baby! - Levo uma mão em seu rosto para acariciá-lo e ele a beija. – Aliás, o que você está fazendo aqui ? Não era para vir só na segunda ?
– Eu adiantei todas minhas reuniões para o resto da tarde de ontem e hoje. Queria vir o mais rápido possível. Assim que cheguei eu vim para cá e encontrei Taylor na sala. Estranhei sua presença e então ele me contou tudo sobre o ocorrido.
– Foi por isso que não atendeu minhas ligações ?
– Sim. Eu ouvi sua mensagem de voz. - Ele faz uma breve pausa e suspira. – Me perdoa por não ter lhe respondido, mas é que eram muitas reuniões e eu também estava com raiva. Não queria brigar com você. - Diz arrependido. Viro-me um pouco de lado para olhá-lo.
– Não faça isso de novo. Eu fiquei muito preocupada com você, baby. - Peço.
– Eu sei.. me perdoa, por favor! - Beija-me na ponta do nariz. – Eu sou um imbecil. Deveria ter lhe dado satisfações. Me perdoa ? - Ele suplica.
– Tudo bem, o que importa é que você está aqui comigo. São e salvo. - Digo, olhando em seus olhos cinzas sofridos e acaricio sua bochecha. – Desculpa por ter escondido de você... - Tento contar tudo sobre Linc, mas ele me impede, silenciando-me com um dedo em meus lábios.
– Falaremos disso outro dia. - Diz com a testa franzida. Assinto de cabeça e seus ombros caem, relaxando visivelmente. – Agora deite-se. Vou chamar minha mãe para te examinar. - Diz, me deitando na cama.
– Nicholas, não preci..
– Shhhh.. isso você não irá me impedir de fazer, Selena. - Diz resignado.
Decido por não discutir e me enrolo mais no edredom, sob os olhares de Nicholas. Então ele tira o BlackBerry do bolso e sai do quarto, fechando a porta atrás de si. Olho para o teto e lembro das palavras de auto-ajuda que meu antigo psicólogo falava para mim há anos atrás. Apesar do falatório lá fora, foco meu pensamento em cada palavra encorajadora que foram dita em cada sessão. Eu vou sair dessa, eu sei. Eu sou forte. Eu preciso ser forte!
Depois de um bom tempo refletindo, vejo a porta se abrir e Nicholas, juntamente com Denize adentrar no quarto.
– Oi, querida. - Denize me cumprimenta com um sorriso terno nos lábios.
– Oi. - Tento sorrir de volta, mas não consigo, pois nenhum músculo de meu rosto se move.
Ela se aproxima, parando ao lado da cama, ainda com seu sorriso e coloca sua maleta em cima do criado mudo. Apesar de está vestida toda de branco e com seu jaleco de médica, continua estonteante.
– Então, o Nicholas me falou o que aconteceu. Sinto muito, querida. - Ela afaga meus cabelos ternamente e se abaixa para depositar um beijo em minha testa. – Vamos examinar esses machucados, então ? - Pede com um sorriso encorajador e apesar de querer negar, acabo aceitando.
Me sento na cama e olho para Nicholas. Não quero que ele esteja presente. Me sinto estranha. Como se ouvisse meus pensamentos, ele fecha a cara e cruza os braços na frente do peito.
– Eu não vou sair, Selena. - Diz seriamente.
– Nicholas, é melhor...
– Eu já disse que não vou sair. - Ele interrompe Denize.
Denize e eu suspiramos ao mesmo tempo com a teimosia de Nicholas e isso faz com que eu sorria. Então ela começa a me examinar, sob os olhares atento de Nicholas e a cada vez que Denize examina um ponto dolorido de meu corpo, vejo a dor em seu olhar. Me corta o coração vê-lo desse jeito. Sei que não mentiu quando disse que se sente culpado pelo que aconteceu e me sinto mal por isso. Ele não teve culpa alguma.
– Bem, não houve nenhuma fratura grave, graças a Deus. Só algumas escoriações pelo corpo e uma pequena luxação no pulso esquerdo, mas nada que deva se preocupar. Vou imobilizá-lo e receitarei alguns remédios para a dor. - Denize diz e começa a enfaixar meu pulso.
Vejo Nicholas soltar a respiração. Assim que acaba de me examinar, Denize prescreve a receita e entrega a Nicholas.
– Com licença, vou pedir a Taylor para ir buscar os remédios. - Ele sai, deixando-nos sozinha.
– Então... - Denize se senta na cama e olha diretamente em meus olhos. – Se quiser conversar eu estou aqui, minha linda. - Assinto de cabeça e olho para minhas mãos entrelaçadas em meu colo. – Oh, Selly.. - Ela se aproxima e me abraça apertado, deitando minha cabeça em seu ombro. – Me parte o coração vê-la assim, minha menina. Tenho você como minha filha e me revolto a cada vez que me lembro do que fizeram com você. - Acaricia meus cabelos e deixo me levar por esse carinho materno. Mas uma vez penso em minha mãe. Como eu queria que ela estivesse aqui agora! Minutos depois ela se afasta na distância de um braço e beija minha testa. – Fique bem, moçinha. - Ela sorri ternamente, dá um beijo em minha testa novamente e se levanta quando Nicholas volta para o quarto.
– Meu filho, eu sei que você me pediu para não falar a ninguém, mas eu liguei para o seu pai quando estava saindo do hospital e contei o que houve. Ele disse que vai se inteirar do caso e depois te liga para novas informações. - Denize diz a Nicholas.
– Tudo bem. Eu ia pedir isso a ele. Quero que esse desgraçado apodreça em uma cela. - Nicholas rosna. Denize só olha e suspira.
– Bem, agora eu tenho que ir meus amores. - Ela se pronuncia ao olhar o relógio em seu pulso e pega sua maleta. – Melhoras, minha linda. - Diz para mim e se vira para Nicholas. – E você, cuide bem dela! - Ordena e Nicholas revira os olhos. – E não revire os olhos para sua mãe. - O repreende, fazendo-nos sorrir.
– Tá mãe, eu sei. Eu vou cuida bem da Selly. - Diz e depois de nos beijar, Denize vai embora.
– Está melhor ? - Nicholas senta ao meu lado e pega minhas mãos entre as suas. Assinto de cabeça, enquanto ele distribui beijinhos pelo meu pulso enfaixado. – Que bom. Pedi a Taylor que trouxesse comida também. - Ele para e me fita por um longo tempo. – Ele está revoltado. Nunca o vi assim antes. - Diz com certo cuidado, observando minha reação. Me espanto com o que diz de Taylor.
– Revoltado, porque ?
– Está com raiva por não ter subido antes.
– Ele não tem culpa de nada. - Nicholas não diz nada e continua a me olhar.
– Bem.. - Ele se achega mais, sentando ao meu lado na cama e me abraça de lado. Passo meus braços envolta de sua cintura e deito a cabeça em cima de seu peitoral. – Agora o que importa é que você está aqui e precisa descansar, baby! - Beija minha testa e afaga meu braço.
– Obrigada. - Nicholas vira a cabeça rapidamente para mim, me olhando como seu eu fosse um experimento que não deu certo. – Por tudo. - Completo antes mesmo dele falar algo.
Ele me olha por um longo tempo e abre um sorriso tímido depois.
– Não tem que agradecer, baby! - Beija minha têmpora. – Agora descanse, enquanto o remédio e a comida não chega. - Abro um pequeno sorriso e beijo sua bochecha.
– Ok, senhor mandão. - Me aconchego mais nele, mas logo um barulho estrondoso vindo da sala me chama a atenção. Franzo a testa e olho para Nicholas, que está com a mesma expressão no rosto. Quando penso em abrir a boca para falar algo, a porta do quarto se abre abruptamente e meu corpo gela. Sinto que meu coração sairá pela boca a qualquer momento. Arregalo meus olhos o máximo possível, ao ver um Lincoln super aflito adentrar o quarto e se aproximar de minha cama, parando ao pé da mesma.
– Selena, você está bem ? - Pergunta ofegante.
– O QUE VOCÊ ESTÁ FAZENDO AQUI. - Nicholas rosna, já se levantando da cama.

Oh Deus! Agora a coisa vai ficar feia. Que Taylor chegue logo dessa vez....



Comentários... :)

Creditos Angel 



Me desculpem florzinha, abandonei vocês.... Desculpa mesmo, to tão corrida e atarefada. Hoje uma gattona me deu um puxão de orelha pelo Whatsapp, então resolvi posta, vou termina essa e depois fic nova chegando. Beijonas.

2 comentários:

  1. Maratona hj ate acabar bjs . Obrigada !

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  2. AHHHHHHHHH QUE SAUDADES DE VC
    Guria nunca mais, ouviu NUNCA mais demora tanto pra postar pelo amor do Cristo!!!
    Faz maratona por favooooor

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