terça-feira, 25 de novembro de 2014

XLVI - Amor Obscuro

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– Vai dar tudo certo, Selena! - Taylor diz depois de um longo tempo em silêncio me observando.
Respiro fundo e tento me levantar, mas meus músculos doem, reclamando do belo esforço que fiz minutos atrás. Faço uma careta de dor e, Taylor percebendo algo errado, me ajuda a levantar. Sigo lentamente para o quarto de Nicholas, com Taylor em meu encalço. Assim que entro no quarto, sinto o vazio do ambiente me absorver inteira. Taylor sai, me deixando sozinha na total penumbra. Me deito na cama e deixo meus pensamentos vaguearem.
Como sempre, para a vida não perder o costume, eu tenho que ser enganada. O que mais me magoa não é descobrir quem é meu pai e sim o modo como ele me abordou. Ele entrou em minha vida, como quem não queria nada, escondendo suas reais intenções. Se fez de meu amigo esse tempo todo e nem teve a capacidade de ser franco comigo. Tive que saber por outra pessoa quem ele era. Pessoa esta desprezível. Talvez se ele ou minha mãe não tivesse sido tão omissos com isso, nada disso estaria acontecendo. Minha mãe... porque ela me enganou desse jeito? Fugiu quando mais precisei de sua franqueza. Sempre escondeu a identidade do meu pai, mas nunca me importei tanto com isso, pois sempre tive Ricardo para cobrir a falta dele... Ele que agora sei o nome, sei como é sua fisionomia... Lincon Timber!
Por mais triste que tenha sido a história de amor deles, eu tinha o direito de saber de tudo. Sinto um aperto no peito só de lembrar de cada palavra que saía de da boca de Lincoln, contando toda aquela trágica história. Que horror! Fui abandonada pelo meu pai, porque meus avós me rejeitaram.. Como doeu ouvi-lo falar isso. E agora ele quer tomar seu lugar de pai, como se nada tivesse acontecido.. Não, isso não! Não posso fazer isso com.... Meu Deus, Ricardo! Não posso fazer isso com ele, não quero ferir seus sentimentos com essa descoberta. Ele sim é o meu verdadeiro pai e só ele. Ele que sempre me amou como verdadeiro pai, me levou para a escola todos os dias. Lembro de seu sorriso toda vez antes de eu entrar na escola quando eu era pequenina, me transmitindo a confiança de sempre. Aquele sorriso que sempre me fez saber que tudo ia ficar bem quando algo não estava. Ricardo.. esse sim é meu pai. O homem que me amou e ajudou tanto na minha recuperação, a cada acontecimentode minha vida. Lágrimas involuntárias caem por minhas têmporas, mas não faço nenhum esforço de secá-las.

{...}
Horas se passaram e ainda estou aqui, deitada nessa imensa cama. Engolida pelo enorme e frio quarto. Frio este que tomou meu corpo. A minha única companhia em meio essa escuridão. Abandonada! Assim que me sinto. Até as lágrimas, que se dispersava de meus olhos, me abandonaram, deixando só o vazio. Olho para o relógio de cabeceira, notando que já são 02hrs13min e nada de Nicholas aparecer. Onde é que ele está até essa hora?
Estico-me na cama e pego o telefone que há em cima do criado-mudo. Disco o número de Nicholas e logo o barulho surdo ecoa pelo meu ouvido quando começa a chamar. Chama, chama e ele não atende. Tento várias vezes e, como das outras vezes, cai na caixa postal. Deixo um breve recado e coloco o telefone de volta na base.
Respiro fundo, sentindo a exaustão bate em meu corpo e levanto da cama. Sigo até a grande janela de vidro e abro a porta que dá passagem para a sacada. O vento frio bate fortemente em minha pele assim que piso na mesma, fazendo minha pele se arrepiar. Olho para a pouca claridade que há no céu, devido a Lua que tenta se esconder entre as nuvens e suspiro. Nem o tempo está a meu favor hoje. Me aproximo mais da sacada, apoiando minha mão na mesma e inspiro fundo, deixando o vento levar com ele toda frustração desse dia estressante. Abro meus braços e fecho meus olhos por um longo tempo, aproveitando mais o frio do vento que bate em minha pele, dissipando o peso em minha consciência, deixando-me cada vez mais leve.
– SELENA... NÃO!! - Um grito ao longe me tira do meu torpor, assustando-me.
Viro rapidamente para ver quem me chama e, com esse movimento acabo me desequilibrando. Agarro com mais força na sacada para apoiar-me, mas logo sinto braços fortes me envolverem, arrancando um gritinho de surpresa de mim, e me carregar de volta para o quarto. Levanto meu rosto para observar o rosto da pessoa que me agarrou e me deparo com duas íris cinzentas, me olhando horrorizado.
– Nicholas, que susto!! Onde você estava até essa hora? - Pergunto assustada.
– Selly, o que você estava fazendo ? - Pergunta aflito.
– Eu estava tomando um ar, porque ? - Franzo a testa para a aflição em sua voz.
Ele me abraça fortemente, me apertando contra seu peito que sobe e desce com sua respiração acelerada, enquanto cobre meu rosto de beijos.
– Ah, baby.... eu pensei.. eu pensei que você... - Sua voz falha e seu braço aperta mais em torno de mim. – Me perdoa, Selly? - Ele se afasta um pouco e pega meu rosto entre as mãos. – Eu agi como um idiota!! Não deveria ter saído daquela maneira, mas... - Sinto um cheiro estranho emanar de seu hálito e franzo a testa. Ele... bebeu ? – Não me deixe.. - Ele toma meus lábios com os deles em um beijo avassalador, cortando minha linha de raciocínio. – Eu preciso de você... me perdoa, por favor baby? - Diz desesperado entre o beijo. – Por favor...
Levo minhas mãos até seu peito e o afasto um pouco.
– Você bebeu... - Digo ao sentir o gosto de álcool deixado em minha língua.
– Um pouco.
Ele desce seus lábios por meu pescoço, deixando uma trilha de ardentes beijos. Tento ao máximo me manter firme, mas sinto meu corpo fraquejar por um breve momento. Sinto meu corpo ser carregado e logo o frio do colchão bate em minhas costas. Nicholas debruça-se sobre mim, encaixando-se no meio de minhas pernas, enquanto seus lábios continuam com sua perseguição.
– Nicholas, não! Precisamos conversar...
– Depois... - Ele volta a atacar meus lábios. – Eu preciso disso e você sabe... - Diz com os lábios colados aos meus. – Preciso sentir que está tudo bem entre a gente. - Ele desce seus lábios por minha bochecha.
– Não! Vamos conversar agora mesmo! - Digo firme.
Ele recua um pouco para me olhar nos olhos.
– Já começou a me rejeitar..
Seu olhar de menino perdido faz meu coração partir em mil pedaços.
– O quê? Não! - Pego seu rosto entre minhas mãos. – Não estou rejeitando você, é só que precisamos mesmo ter essa conversa.
– Depois, baby! Depois falamos sobre isso.. Agora eu preciso disso...
– Nicholas, isso não é jeito de resolver as coisas.
– Você sabe que pra mim é sim... - Ele crava seus olhos nos meus. – Preciso sentir que você continua sendo minha. - Sussurra.
– Mas eu sou sua, você ainda dúvida disso ?
Ele aproxima seus lábios dos meus, hora nenhuma sem quebrar o contato visual.
– Selly... não me rejeite.... - Pede sofredoramente, ofegante.
Tento resistir, mas sua respiração acelerada bate em meu rosto, embriagando-me pouco a pouco até que não consigo mais resistir e deixo-me levar pelo momento. Meus braços caem fracamente ao meu lado na cama. Como resposta, Nicholas toma meus lábios em um beijo desesperado, transmitindo todo seu sentimento nele. Sua língua entrelaça na minha, com certa avidez. Fecho meus olhos ao sentir suas habilidosas mãos passarem freneticamente pelo meu corpo. Logo seus lábios descem por meus pescoço outra vez e jogo a cabeça pra trás, pra lhe dar mais facilidade.
Ele segue um caminho lento e sensual até meu ombro, abaixando a alça de minha blusa, deixando-o exposto. Em seguida leva as mãos até a barra do simples pedaço de pano e o puxa para cima. Levanto um pouco da cama, ajudando-o a livrar-me dela. Arqueio minhas costas quando seus dedos frios tocam minha pele semi-nua e abre meu sutiã, jogando-o longe sem ao menos ver onde. Volto a recostar no colchão, quando suas mãos posam no cós de minha bermuda, abrindo-a e puxando-a, juntamente com a calcinha, em um ato rápido, deixando-me completamente nua. Nicholas levanta da cama e rapidamente se despe, sem tirar os olhos de mim. Volta a debruçar-se sobre mim, se encaixando perfeitamente entre minhas pernas outra vez, roçando sua enorme ereção em meu sexo já molhado.
Volta a beijar-me e em seguida descer os beijos pelos meus seios. Fecho meus olhos para aproveitar mais a sensação de seus lábios em mim. Sinto suas mãos apalparem em cheio meus seios, apertando-os enquanto seus lábios despejam beijos famintos por minha barriga. Estremeço ao sentir algo úmido, causando um choque em minha pele quente. Respiro ofegante ao me dar conta do que é. São lágrimas... Nicholas está chorando?! Oh, não!! Isso é demais pra mim. Levo as mãos até suas costas e ele estremece sobre meu toque. Oh, meu pobre garotinho! Está assustado, com medo! Apavorado por não ter o controle de mais nada. Subo minhas mãos para seus cabelos, ás cegas, e puxo-o fazendo com que ele suba até ficar cara a cara comigo.
Abro meus olhos e encaro seus olhos tristes e lacrimejados. Aproximo meu rosto do seu e beijo por onde a lágrima deixou uma trilha.
– Não me deixe, Selly...
– Eu não vou! O que eu preciso fazer pra você acreditar ? - Pergunto ao ver a dor estampada em sua íris.
Nicholas olha fixamente em meus olhos, demonstrando todo seu medo e angústia. Olhos cinza perfurando os azuis, enquanto se prepara para me possuir. Arfo ao sentir a cabeça de seu membro em minha entrada escorregadia.
– Case-se comigo. - Sussurra ao mesmo tempo em que entra em mim profundamente.
Sinto meu coração parar por um instante. Case-se comigo... Case-se comigo... Case-se comigo... Suas palavras ecoam em minha mente, deixando-me cada vez mais atordoada. Oh, não! Essa não! Isso é muito pra mim. Sinto meus olhos arderem com a presenta das lágrimas e os fecho, deixando-as cair deliberadamente. Casar com Nicholas ?! Como assim? Porque ele faz isso? Justo agora? Somos tão imaturos em nosso relacionamento. Temos tanto problemas a resolver.. seria muita irresponsabilidade casar no meio desse caos.
– Eu te amo. - Sua voz tira-me do meus torpor e abro meus olhos de imediato. – Podemos cuidar um do outro, formar uma família, tudo o que você quiser...Só.. não vai embora outra vez...
Ele começa a se movimentar lentamente e entrelaça suas mãos nas minhas, olhando em meus olhos. Distribui beijos ternos pelo meu rosto a cada investida que dá contra mim. Mas uma vez me entrego ao seu movimento lento e preciso por um longo tempo, esperando sentir as ondas muitos conhecidas se aproximarem, mas isso não acontece. Nicholas aumenta um pouco mais o ritmo de suas investidas, arrancando gemidos de meus lábios. O suor brota em nossas testas, escorrendo por nossos rostos. Nossos corpos colados, se esfregando com o movimento. Aperto meus olhos, mais uma vez tentando chegar mais próximo da borda, mas não consigo. Um rápido filme dos últimos acontecimentos passam por minha mente, evitando que eu chegue onde quero. Percebendo algo de errado, Nicholas aumenta mais o ritmo, estocando-me com mais precisão.
– Dê pra mim, baby... - Ofega.
– Não... - Choramingo. – Não consigo.
Nicholas afasta um pouco seu torso do meu, mudando de posição e me penetra mais firme, atingindo um certo ponto dentro de mim e fazendo minha carne tremer. Logo a tão desejada onda se aproxima de meu corpo, queimando meu ventre a cada vez que Nicholas entra e sai de mim. Ele volta a debruçar-se sobre mim. Sinto seu corpo todo tremer sobre o meu e gememos nossos nomes em uníssono quando o orgasmo nos atinge. Paro de respirar quando o líquido dele me invade e me perco em um mar de sensações. Minha mente fica inerte por um instante com cada sensação.
Saio de meu transe ao senti-lo sair de dentro de mim e deixar o peso do seu corpo cair sobre mim, enquanto tenta controlar a respiração, apoiando sua cabeça entre meus seios. Ouço Nicholas proferir palavras desconexas mas permaneço calada. Levo uma de minhas mãos em suas costas e a outra em seus cabelos, acariciando-o carinhosamente até que sua respiração se normaliza ao poucos e logo percebo que ele derivou em um sono profundo.
Viro meu rosto para a janela e através dela observo a imensidão da linda Seattle e sua pouca claridade noturna devido as raras luzes acesas, por horas e horas...

{...}

Ao fundo vejo o Sol nascer pouco a pouco e continuo do mesmo jeito que estive por horas: Com meus olhos cravados no horizonte. Não consigo dormir. Não consigo sequer fechar minhas pálpebras, pois a cada vez que o faço lembro das últimas 48 hrs. É desgastante demais ficar pensando em tudo o que aconteceu. Em Tony, em Lincoln, em Mandy e em Nicholas. E agora tem esse pedido de casamento! Espero que quando Nicholas acordar, diga que tudo não passou de um momento de loucura. Porque do contrário, terei que fazê-lo entender a realidade dos fatos. Como podemos nos casar com tantas lacunas para ser preenchidas? É Lincoln, Elena, ele mesmo... Franzo minha testa ao lembrar vagamente de nossa briga. O jeito como me abordou ontem... Parecia aquele dominador que conheci tempos atrás. Isso me faz pensar em sua sala de jogos, que continua do mesmo jeito que da última vez que entre. Como podemos casar se nem sequer resolvemos essa questão ?
Desvio meu olhar e assusto-me ao me deparar com um par de sonolentos olhos cinzas olhando pra mim.
– Bom dia. - Digo e abro um pequeno sorriso, na tentativa de afastar a tensão que se instala pouco a pouco. Nicholas permanece calado, me analisando minuciosamente. Levanto as duas sobrancelhas para seu silêncio. – Que foi ?
– Me perdoa ? - Reviro meu olhos.
– Eu já disse que sim. - Respondo, cansada de ouvir essa pergunta.
– Mesmo ?
– Mesmo! Já disse que está tudo bem entre nós, que compreendo sua reação. Poxa, quando é que você vai parar com essa insegurança ?
– Não é só isso. É que me sinto culpado por ter te tratado daquela maneira. Eu.. eu sou um cara que age na empolgação do momento...
– Jura? Nossa, nem tinha percebido isso. - Digo com sarcasmo, ao interrompê-lo e ele franze a testa.
– ...E naquele momento eu estava com raiva, confuso e medo. Completo pavor de te perder novamente. Quando a Elena me disse que você e o Linc tinham armado para se vingar..
– O quê ? - Minha voz sai baixa, tamanho é meu espanto.
– Ela me disse que ele é seu pai e que você só entrou na minha vida a pedido dele, para se vingar pelo que houve entre mim e Elena.
– E você acreditou nisso ? - Ele encolhe os ombros, visivelmente envergonhado. – Eu. Não. Acredito! - Digo pausadamente. – COMO VOCÊ PODE ACREDITAR NUMA COISAS DESSAS ? MEU DEUS! - Bufo de raiva. – Nicholas, você por um acaso se lembra de como nos conhecemos ?
– Sim. Foi na loja da Newman Marcus.
– Hum... e aí eu armei para trabalhar lá e que um belo dia você iria cair de paraquedas na loja para nos conhecermos e assim eu completaria a tal vingança né ? - Digo mais uma vez com o sarcasmo emanando de minha voz.
– Eu já entendi, Selena. Não precisa falar comigo como se eu fosse uma criança. - Ele diz irritado pelo meu tom de voz.
– Ah, desculpa, mas é que não parece que você entende muito bem as coisas.. - Rio de nervoso e olho para o teto. – E ainda quer casar, meu Deus..
– Sim... e você ainda não respondeu..
Meu riso congela na mesma hora e volto a olha-lo.
– Eu ainda tinha esperança de que fosse só um dos seus momentos.
– Isso é um não ? - Sua expressão muda drasticamente.
– Não. Isso é um.. você enlouqueceu de vez ? - Ele não responde nada, me olhando ainda triste. – Nicholas, pare e pensa um pouco. Como é que você quer que eu aceite esse pedido de casamento louco, se no primeiro problema que surge você sai da casa transtornado, nem ao menos me dando o benefício da dúvida? Você acredita nos outros e não em mim.. Eu sei que erro ás vezes em não te contar algumas coisas, mas...
– Eu acredito em você. Eu só.. - Ele passas as mãos no rosto e bufa. – Fiquei com medo de você me abandonar outra vez..
– E você quer que eu me case com você pra ter a certeza de que não vou fugir, é isso ?
– Não. - Ele franze a testa em confusão. – Também é, mas... - Ele aproxima o rosto do meu e olha dentro de meus olhos. – Eu quero você na minha vida pra sempre. Joseph e Demi vão se casar daqui a pouco e eu não quero você morando sozinha naquele apartamento. Eu já te pedi para vir morar comigo e você recusou, então não vejo problema nenhum em me casar. Te amo e você também me ama. E desse jeito terei você aqui todos os dias quando acordar.
Sorrio com sua franqueza. Ai, como esse homem é louco, senhor! Um dia briga como uma fera, no outro me pede em casamento. Acho que nunca entenderei essa cabeça maluca. Acaricio o rosto dele com uma mão e o beijo ternamente nos lábios.
– E agora, é um sim ? - Pergunta assim que nossos lábios se afastam um pouco, me olhando com esperança e um sorriso pidão.
– Não. - Dou uma risada quando ele fecha a cara. – Baby, entenda.. precisamos amadurecer mais.. E também tem a sua sala de jogos.
– O que tem ela ? - Pergunta emburrado.
– Ela continua do mesmo jeito que entrei pela última vez. Está toda bagunçada e você não deixa ninguém chegar perto dela.
– É difícil pra mim entrar lá.
– Eu sei. Entendo que seja, mas temos que superar as coisas. O que aconteceu aquela vez...
– Selena, chega!
– Está vendo só! Você não me escuta! - Exclamo e ele bufa de raiva.
– Eu me sinto mal com as lembranças que elas me trazem. A nossa última noite lá dentro foi...
– Eu sei. - O corto, pegando em seu rosto. – Pra mim também não foi nada bom, mas.. temos que superar! Se tem uma coisa na minha vida que eu aprendi muito bem, foi a superação. E só vamos conseguir isso se você parar de evitar entrar naquela sala.
– Eu te machuquei lá, Selly!
– Eu também tenho minha parcela de culpa. Você não mentiu sobre quem era, Nicholas. Eu tive a opção de recusar sua oferta, mas aceitei. Mesmo com o meu passado, mas eu resolvi ignora-lo para ter você.
– E eu me aproveitei do seus sentimentos por mim. Eu sempre soube de você.
Entorto minha boca, avaliando o que posso dizer sem ser rebatida por suas respostas implacáveis. Não estamos chegando a lugar algum com essas lembranças.
– Bem, eu sei que nos magoamos muito lá dentro, mas.. passou! Agora só temos que superar, ok?- Ele não diz nada. – Temos que arrumar a bagunça que foi feita, certo ? - Pergunto mais uma vez e espero sua resposta, mas ela não acontece. Bufo exasperada com o rumo da conversa. – Nicholas, assim não dá! Como vamos progredir se você não quer ? Não concorda com nada...
– Tudo bem. Vou mandar arrumar a sala de jogos. - Sorrio com meu progresso. – Agora é um sim? - Reviro os olhos e rio.
– Não!
– Quando vai ser então ? - Pergunta exasperado.
– Quando estivermos arrumado a bagunça toda.
Suspiro e desvio o olhar ao lembrar do conteúdo da próxima conversa. A mais importante de todas. Sobre meu... Engulo em seco ao cogitar a palavra pai.
– Como você está ?
Me calo ao perceber sobre ao que ele se refere. Levanto meu olhar para ele, me deparando com a intensidade da preocupação em seus olhos. Nossa, só agora me dou conta que isso não é algo para se falar em uma conversa matinal. Finalmente, dou de ombros, quando percebo que ele continua a esperar minha resposta.
– Eu não sei te dizer...
Abaixo meu olhar quando minha voz falha. Logo sinto seu dedo em meu quixo, fazendo assim com que eu volte a olha-lo.
– Que tal começar dizendo o que você está pensando ?- Franzo a testa, incrédula do que meu ouvidos acabaram de escutar. – É bom desabafar... - Ele completa, para o meu susto total.
– Hum... ? Eu ouvi bem ? Nicholas Jonas falando que desabafar é bom ?
Ele sorri e beija meus lábios castamente.
– Foi você quem me ensinou isso, não está lembrada ?
Sorrio de lado com sua percepção. Respiro fundo e tento entender o que se passa em minha cabeça.
– Eu realmente não sei mais o que pensar... Parece que minha cabeça vai explodir cada vez que penso nisso. Eu, eu não sei mais o que fazer... - Encolho meu ombros, deixando a frase inacabada.
– Oh, baby! - Ele me abraça fortemente. – Eu odeio te ver assim...
O agarro com força quando as lágrimas se fazem presente.
– Porque ? Porque isso foi acontecer? - Choramingo e ele beija minha têmpora. – Porque minha mãe escondeu isso de mim ? Porque eles deixaram eu saber pela Elena? Porque?
Nicholas gira na cama, fazendo com que eu fique por cima dele e me aperta mais sobre seu peito.
– Eu acredito que haja uma resposta pra tudo, baby.
Me afasto um pouco para olha-lo nos olhos.
– E Ricardo ? Como vou dizer isso a ele ? Como ele vai se sentir com isso tudo ?
Ele passa o dedo em meu rosto, quando uma lágrima cai por minha bochecha.
– O que o Linc te disse quando... - Ele deixa a pergunta inacabada e engole em seco.
– Me contou toda a história dele e minha mãe. Disse que eu fui rejeitada pelos meus avós e que foi obrigado a me abandonar para não me tirarem de minha mãe.. - Digo num fio de voz e caio no choro ao lembrar das palavras saindo da boca de Lincoln. – Eu não quero falar disso.. - Falo entre os soluços.
Nicholas volta me abraçar e me embala em seus braços.
– Shhh... Como você quiser, baby.
Ele beija com carinho o topo da minha cabeça e assim ficamos por um longo tempo. 

{...}


Depois de passar um longo tempo embaixo do chuveiro, sozinha e absorta do mundo, saio do banho e visto uma roupa básica. 

Não pretendo sair hoje, apesar de ser segunda feira e ser um dia normal de trabalho. Sei que deveria voltar a trabalhar o mais rápido possível, pois assim me livraria desse tormento por algumas horas, mas não sinto vontade de fazer nada. Meu corpo reclama de cansanço e sei que é porque ainda não consegui dormir.
Nicholas, com muito custo e basicamente depois de tê-lo expulsando de sua propria casa, foi para a JEH resolver algo com Ross. Parece que era algo importante, então recusei sua companhia, apesar dele ter insistido bastante em saber como eu estava. Fingi que estava tudo bem e até comi algo forçado para convencê-lo. Assim que me sento na cama, ouço alguém bater na porta.
– Pode entrar.
A porta se abre, revelando Gail com meu celular em mãos.
– Selly, achei seu celular no outro quarto e estava tocando. - Ela me entrega e logo vejo no visor várias mensagens e chamadas perdidas.
– Obrigada, Gail. - Sorrio em agradecimento.
– O almoço já está pronto, Selly. Quer que eu coloque a mesa ou vai esperar o senhor Jonas ?
– Obrigada, Gail, mas eu não estou com fome.
– Mas precisa se alimentar direito. Você quase não comeu nada no café da manhã. - Me repreende, mesmo com sua ternura.
– Depois eu como alguma coisinha. Só preciso dormir um pouco. - Sorrio e me deito na cama.
Ela estreita os olhos para mim, mas logo abre um sorriso.
– Tudo bem. Descanse, mas vai comer algo depois, ok mocinha ?
Rio de sua reprimenda e assinto de cabeça. Assim que Gail sai do quarto, volto minha atenção para o celular em minhas mãos. Vejo que há 15 chamadas perdidas: 8 ligações de minha mãe, 4 do Lincoln e 3 de Demi. Há também uma mensagem de texto, está sendo de Lincoln. Respiro fundo, indecisa se a abro ou não, mas por fim decido que sim.


“Selena, minha filha. 
Que orgulho eu tenho ao proferir tais palavras!
A vida tem sido dura conosco, não é mesmo?
O fato de não poder estar próximo de ti tanto quanto deveria nesse momento doloroso é algo que me entristece profundamente. Sei o quanto você precisou de mim. Sei o quanto foi necessária a minha presença perto de você e mesmo assim não estive. Por isso, não quero justificar o injustificável. Somente quero, minha filha, que você saiba o quanto te amei esse tempo todo que estive longe. Somente por tua causa, eu aguentei tantos anos de infelicidade, pois apesar de tudo, eu queria ver você crescer e ser feliz. Não falei na nossa conversa, mas uma vez tentei me aproximar de você. Você era pequenina e Mandy me odiava profundamente, depois do canalha que eu fui com ela. Ela já havia se casado com Ricardo, estava feliz. Então proibiu que eu a visse. Me pediu que sumisse da vida de vocês e que as deixassem serem felizes. Não a culpe por isso, pois ela tinha razão. Vocês só iriam sofrer se eu estivesse por perto. E tudo o que eu não queria era isso. Você merece ser feliz. Minha filha, mesmo que estivemos distantes por todo esse tempo, as suas imagens permeariam os meus pensamentos a cada segundo. Você foi e é a razão maior da minha vida e por tua causa, tudo o que faço tem sentido. Por isso peço uma chance de está próximo de ti. Que me ajude a transformar nossos momentos de ausência em algo menos doloroso. E nunca se esqueça: Tudo o que desejo, é a sua felicidade acima de tudo.

Com amor..
Seu Pai!”

Fico em choque por longos minutos ao acabar de ler tais palavras. até que . Tremo com o susto causado pelo vibrar meu celular em minhas mãos. Olho rapidamente para a tela e vejo que uma ligação de Demi e logo atendo.
– Selly, estou ligando para saber se você quer me acompanhar na prova do vestido daqui a pouco? - Permaneço calada, pois tenho total certeza de que se abrir a boca, irei chorar mais uma vez. – Selly ? Você está aí ? - Pergunta preocupada. Engulo em seco para livrar qualquer resquício de choro, mas falho. Lágrimas descer por minha face freneticamente. – Selly?
– Desculpa, mas não dá. Depois nos falamos. Tchau. - Desligo o celular assim que minha voz começa a falhar.
Deito lentamente na cama, com as lágrimas escorrendo por meu rosto até que sou vencida pelo cansaço e caio em um sono profundo



Comentários... :)

Creditos Angel 

9 comentários:

  1. Cara, tadinha da Selly
    Adoro quando o Nicholas da todo fofo com ela e tals. Nunca mais demora assim senão eu morro.
    Seria bem legal se a Elena fosse na casa do Nicholas achando que se deu bem mas ai a Selly fala pra ela que eles vão se casar. Seria Top ����
    Beijos,
    Bella ❤️

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  2. Posta pf ta perfeito *-* ♥♥♥♥

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  3. '-' vc n vai parar o blog ne n fassa isso pf

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  4. N pareeeeee pff eu li todas as suas histórias elas perfeitas n pare mulher n pare eu imploro

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  5. Li todas as suas histórias não para de publicar. Estou ansiosa para o resenrolar da história.

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  6. Vai postar mais não. Não faz isso com a gente.

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  7. n para ta tão perfeita esta historia :( se vc parar vai abalar todas as suas leitoras

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